Mau tempo. Lisboa registou 210 ocorrências sem vítimas ou desalojados

A Câmara de Lisboa registou hoje 210 ocorrências, principalmente de inundações e quedas de árvores, mas sem vítimas ou desalojados, informou o presidente da autarquia, admitindo que os efeitos da depressão Aline não tiveram comparação com o ano passado.

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Lusa
19/10/2023 16:16 ‧ 19/10/2023 por Lusa

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Mau tempo

Segundo Carlos Moedas, num balanço no Centro de Coordenação Operacional Municipal, no Monsanto, foram registadas 210 ocorrências devido ao mau tempo, das quais "só já estão 70 ativas".

"Houve zero vítimas, zero desalojados e, portanto, houve um serviço de preparação muito bem feito pelos serviços da câmara, desde o início", acrescentou o autarca, apontando como exemplos "a limpeza das sarjetas" e "dos sumidouros".

O presidente da autarquia explicou que ocorreram inundações e quedas de árvores, mas a situação "não teve comparação com o evento do ano passado".

"O pico daquilo que era a chuva, daquilo que era o vento já foi ultrapassado para hoje", acrescentou Moedas, referindo que as indicações disponíveis apontavam para que "o pico" das condições atmosféricas extremas ocorresse "entre as 12:30 e as 14:30", embora o dispositivo se mantenha operacional durante o resto do dia.

Entre as ocorrências, o autarca descreveu "uma situação em Chelas", com duas pessoas auxiliadas para "sair de um carro", alguns alunos com mobilidade reduzida da Escola Fernando Pessoa, nos Olivais, que também precisaram de ajuda, mas, frisou, "não houve assim uma situação de grande relevo".

A Estrada da Pimenteira, no Monsanto, estava cortada, mas a autarquia iria "tentar abrir o mais depressa possível", a Rua da Cidade do Porto, ao lado do aeroporto, também estava "condicionada" e "a Segunda Circular esteve condicionada na Rotunda do Relógio, mas já está funcional".

Lumiar, Santa Maria Maior, Olivais e Rua da Prata, na Baixa, foram algumas das zonas mais afetadas pelo mau tempo, assim como Alcântara, também como algumas ocorrências.

"Todas as freguesias tiveram ocorrências, mas Alcântara desta vez esteve melhor. Ainda não falei com o presidente da junta, vou falar agora, mas penso que estávamos preparados, mas teremos sempre problemas em Alcântara, porque é onde tudo escorre, onde a água chega, e portanto é natural que hajam esses problemas", vincou.

O presidente da câmara assegurou que o centro de operações "continua ativo" e, questionado sobre como resolver os problemas das cheias na cidade, afirmou que "a solução é o túnel de drenagem" e que tinha "orgulho de ter sido o presidente de câmara que iniciou" a obra de construção do túnel de cinco quilómetros até Santa Apolónia, estando também previsto outro entre Chelas e o Beato.

Para Carlos Moedas, os problemas de impermeabilização em zonas como Alcântara só será viável com um processo para "mudar o PDM [Plano Diretor Municipal]".

Em Alcântara, uma das freguesias mais afetadas pelo mau tempo em dezembro de 2022, de acordo com o presidente da junta de freguesia, Davide Amado, hoje "choveu muito menos e em menos tempo, pelo que a situação foi mais ténue do que a vivida em dezembro passado".

"Tivemos algumas inundações na Rua das Fontaínhas, na Rua 1.º de Maio e na Rua Fábrica da Pólvora. Houve dois restaurantes inundados, também, mas não tivemos conhecimento de danos maiores", disse à Lusa.

Já no vizinho concelho de Oeiras, onde a chuva intensa e persistente que caiu em dezembro passado levou à morte de uma mulher, em Algés, também a depressão Aline não fez estragos de maior.

"Correu tudo bem, foi um grande alívio", disse à Lusa o presidente da União das Freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo, João Antunes, assumindo que "valeu a prevenção".

A autarquia do concelho de Oeiras preparou-se para a tempestade com a limpeza de ruas e colocação de comportas na entrada dos estabelecimentos comerciais, sempre com o apoio dos comerciantes, de acordo com João Antunes.

"Ainda comecei a ver as coisas mal paradas quando a ribeira [de Algés] começou a encher, mas parou de chover e baixou", acrescentou o autarca.

Segundo avançou, nem a passagem para a estação ferroviária na Baixa de Algés inundou desta vez, lembrando que o anterior incidente se deu em agosto, sem chuva, com uma infiltração.

"Foi um alívio", desabafou o eleito pelo movimento Inovar União Algés (IN-OV).

[Notícia atualizada às 17h31]

Leia Também: GNR registou 150 ocorrências, sobretudo inundações e queda de árvores

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