João Gomes Cravinho manteve hoje uma conversa telefónica com o chefe da diplomacia libanesa, Abdallah Bou Habib, para analisar a situação na região e naquele país em particular.
Portugal e Líbano partilham "a preocupação quanto ao risco de alastramento regional da atual situação de instabilidade", destacou o chefe da diplomacia portuguesa numa nota na rede social X (antigo Twitter).
Desde o passado dia 08 de outubro -- um dia após a ofensiva do Hamas sobre Israel que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, milhares de feridos e mais de 200 reféns -, o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel envolveram-se numa série de ataques cruzados nas zonas fronteiriças de ambos os países, onde também ocorreram alguns atos reivindicados por fações palestinianas que se encontram em território libanês.
O Governo do Líbano anda há dias a desdobrar-se em contactos nacionais e internacionais para impedir que o país se torne uma segunda frente da guerra na Faixa de Gaza -- que o Exército israelita bombardeia desde há 13 dias em retaliação ao ataque do Hamas, no poder naquele enclave palestiniano pobre desde 2007 e classificado como organização terrorista por Estados Unidos, União Europeia (UE) e Israel -, enquanto cada vez mais países instam os seus cidadãos a abandonarem o Líbano.
O ministro português também manteve hoje uma conversa com o homólogo argelino, Ahmed Attaf, onde foi sublinhada "a importância de se retomar, com urgência, o diálogo político e de se mobilizar a comunidade internacional para a construção de uma paz duradoura".
Nos últimos dias, o chefe da diplomacia portuguesa tem realizado várias conversas telefónicas e presenciais com homólogos de países vizinhos de Israel e da Palestina, insistindo na posição de Portugal, que reconhece a Israel o direito de se defender, desde que protegendo a vida de civis na zona de Gaza.
Gomes Cravinho também tem insistido na necessidade de conter o conflito, evitando a sua escalada, e de criar condições para uma adequada assistência humanitária às vítimas do conflito.
Hoje cumpre-se o 13.º dia de guerra, iniciada com o ataque surpresa do grupo islamita Hamas em território israelita que provocou, segundo as autoridades judaicas, cerca de 1.400 mortos e 4.000 feridos.
O movimento islamita capturou também 200 pessoas, mantidas em cativeiro em Gaza e algumas delas entretanto mortas -- segundo o Hamas, pelos bombardeamentos israelitas. Outras milícias capturaram mais 50 pessoas, o que perfaz um total de 250 reféns.
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