A ação foi promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e decorreu junto à sede dos Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos (SIMAR) dos municípios de Loures e de Odivelas, no distrito de Lisboa.
Em causa está a possibilidade de ser concessionada à EPAL e à Águas do Tejo e Atlântico o serviço de águas e saneamento dos municípios de Loures, Odivelas, Amadora, Vila Franca de Xira, Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço, segundo explicou à agência Lusa Tiago Martinho, do STAL.
"O que está em causa é uma proposta do Governo, através do Ministério do Ambiente, feita a seis municípios da Área Metropolitana de Lisboa que visa a cedência da água e do saneamento ao grupo Águas de Portugal (AdP) durante 43 anos, com tudo o que isso implica para os trabalhadores", apontou.
Segundo o sindicalista, concretizando-se esta proposta "poderão estar em causa questões laborais" dos trabalhadores das empresas municipais, temendo-se também que no futuro "esta mudança possa implicar uma privatização destes serviços".
"Um trabalhador que passe para o grupo Águas de Portugal passa a trabalhar 40 horas em vez das 35, já conquistadas no setor público. Deixa de ter ADSE e passa a ter um seguro de saúde", exemplificou.
Na ação desta manhã, designada "dar um abraço aos SIMAR", foi anunciado o lançamento de um abaixo-assinado e uma carta aberta que será entregue aos presidentes das câmaras de Loures e de Odivelas.
Contactada pela Lusa, fonte da Câmara Municipal de Loures confirmou que existem "trabalhos para uma solução metropolitana" para a gestão das águas e do saneamento.
A mesma fonte negou, contudo, que haja qualquer intenção de privatizar os SIMAR e assegurou que "ainda não existe uma proposta formal".
No início do mês, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), tinha confirmado durante uma reunião do executivo a existência de reuniões de trabalho entre seis municípios, o grupo AdP e a EPAL para a criação de uma entidade metropolitana para "gerir em baixa às águas e o saneamento".
O autarca referiu que o objetivo é que o modelo que venha a ser implementado permita reduzir as perdas de água, o valor da tarifa cobrada aos utentes dos SIMAR e aumentar o investimento nas redes.
Ricardo Leão assegurou também que a base da proposta que está a ser negociada "é vantajosa para os trabalhadores" e "salvaguarda os seus direitos."
"Quando estiver fechado [a proposta] vamos falar com os trabalhadores e com os sindicatos", afirmou.
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