Marcelo evoca Margarida Tengarrinha, "principal figura contra a ditadura"
O Presidente da República lamentou a morte da escritora e enviou "sentidas condolências" à família.
© Andrew Kravchenko/Bloomberg via Getty Images
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou, esta quinta-feira, a escritora Margarida Tengarrinha, que morreu hoje aos 95 anos, considerando ser "uma das principais figuras da resistência contra a ditadura do Estado Novo".
"Artista, escritora, professora, dirigente política e deputada pelo Partido Comunista Português, Margarida Tengarrinha, falecida hoje, foi uma das principais figuras da resistência contra a ditadura do Estado Novo", lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República, que acrescenta que Marcelo Rebelo de Sousa "lamenta a sua morte e envia à família e amigos sentidas condolências".
Nascida em 7 de maio de 1928 em Portimão, Margarida Tengarrinha participou nas lutas estudantis de 1949 e 1954 em Lisboa, tendo sido membro da direção Universitária do MUD Juvenil.
Aderiu ao PCP com 24 anos, em 1952, e passou à clandestinidade em finais de 1954.
"A sua primeira tarefa foi então a criação, com José Dias Coelho (seu companheiro), da ‘oficina’ de produção de documentos de identificação e outros necessários à intervenção clandestina do partido", referiu o PCP em comunicado.
Em 1962, após o assassinato de José Dias Coelho, Margarida Tengarrinha foi para o exterior, tendo exercido tarefas na Rádio Portugal Livre e, em 1968, regressou a Portugal, tendo participado na redação do "Avante!" e do jornal "A Terra".
Membro do Comité Central do PCP desde maio de 1974 até 1988, após o 25 de Abril de 1974 Margarida Tengarrinha foi membro da direção da Organização Regional de Lisboa, integrou a Comissão para o Trabalho com os Pequenos e Médios Agricultores e a Comissão para a Reforma Agrária.
Desde 1986 a viver em Portimão, foi também deputada à Assembleia da República nas III e IV legislaturas.
Ao longo dos anos, Margarida Tengarrinha publicou diversos livros sobre pintura, cultura popular e sobre a sua experiência e intervenção enquanto funcionária do PCP.
"Margarida Tengarrinha teve uma vida inteiramente dedicada à luta e intervenção pela emancipação dos povos, pela democracia, o progresso social, a paz e o socialismo", salientou o PCP.
O corpo de Margarida Tengarrinha estará em câmara ardente na casa mortuária da Igreja do Colégio em Portimão no dia 31 de outubro, a partir das 09h30, saindo às 12h30 para o crematório de Albufeira.
Noutra nota de pesar publicada também hoje à noite, o chefe de Estado evoca Pedro Romano Martinez como um académico que "marcou gerações de juristas" com "estudos de incontornável relevância" e considera que "a sua partida prematura constitui uma inegável perda para a Universidade e para Portugal".
Marcelo Rebelo de Sousa presta presta homenagem ao seu "percurso académico e humano ímpar" e envia "as mais sentidas condolências" à família de Pedro Romano Martinez.
Segundo o Presidente da República, "para além das justamente reconhecidas qualidades de professor e investigador, Pedro Romano Martinez destacou-se pela forma frontal e competente como exerceu funções de gestão académica, como as de presidente do Conselho Científico e de diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa".
"Conheci bem Pedro Romano Martinez, tendo-lhe sempre reconhecido as qualidades académicas mas, também, as humanas e a retidão de caráter", acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa, que foi aluno e professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
A morte de Pedro Romano Martinez, ocorrida na segunda-feira, aos 64 anos, foi divulgada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa na terça-feira.
Pedro Romano Martinez, nascido em 1959, foi presidente do Conselho Científico da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa entre 2008 e 2014, diretor desta faculdade entre 2015 e era atualmente presidente do Conselho de Escola, desde 2020.
[Notícia atualizada às 22h57]
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