"Ontem, a partir do momento em que houve energia elétrica, os nossos trabalhadores imediatamente entraram no terreno para fazer o restabelecimento do fornecimento de água à casa de todos os habitantes do concelho do Seixal", disse Paulo Silva à agência Lusa.
O autarca do Seixal, no distrito de Setúbal, adiantou que este trabalho foi progressivo, uma vez que as canalizações estavam com ar, que teve de ser retirado para que a reposição do serviço fosse feita de forma segura.
Questionado sobre a falta de água no concelho na sequência da falha de eletricidade ocorrida em todo o país a partir das 11:30 de segunda-feira, Paulo Silva explicou que, tal como noutros concelhos, todo o sistema de fornecimento de água funciona com eletricidade e só em alguns casos de forma gravítica.
"Em zonas como em Fernão Ferro e nalguns casos na Torre da Marinha, há consumidores a reportar que sempre tiveram água", disse.
Num comunicado divulgado na noite de segunda-feira, o PS do Seixal critica a autarquia liderada pelo comunista Paulo Silva por não ter tomado medidas de autoproteção, como garantir geradores de emergência capazes de manter as estações elevatórias operacionais durante falhas de eletricidade.
"Apesar dos alertas reiterados ao longo dos anos, acerca da necessidade urgente de implementar sistemas de redundância energética nas infraestruturas críticas, como as estações elevatórias de água --- a Câmara nada fez", referem os socialistas, acusando a autarquia de ausência de planeamento e de incapacidade de antecipar riscos.
Em reação a estas críticas, o presidente da Câmara Municipal do Seixal respondeu que a argumentação é uma falácia, que o problema foi nacional, tendo havido falhas de fornecimento de água em todos os concelhos, incluindo autarquias lideradas por socialistas.
"Há autarquias do PS que ainda continuam a não ter água. Agora, querendo-se aproveitar isso para jogos políticos, só demonstra a baixeza de quem está do outro lado. Portanto, num problema que é nacional, não podemos estar com questões de política e dizer que se conseguia fazer se nós estivéssemos no poder, porque, na verdade, o Partido Socialista está no poder noutras autarquias onde não houve água e que ainda não conseguiram repor", disse.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, situação que continua sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do "apagão".
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.
Sobre a ocorrência, o presidente da Câmara Municipal do Seixal criticou o Governo por não ter um plano comunicacional com a população em geral, a dizer o que é que devia fazer e quando a situação estaria normalizada, nem com as autarquias.
"Nada disso houve com a autarquia. Fomos nós com os bombeiros e as forças de segurança que estivemos sempre ativos", disse adiantando que houve uma primeira preocupação em garantir toda a operacionalidade das forças de segurança e das forças humanitárias, instalando um gerador numa bomba de combustível para que não faltasse para o desempenho das suas funções e que estavam preparados para distribuir água à população se o apagão se prolongasse por mais tempo.
Durante o período em que o concelho esteve sem luz, entre as 11:30 e as 23:00, adiantou o autarca, uma das ocorrências foi a necessidade de fornecimento de combustível para o gerador de uma clínica de hemodialise de forma a garantir o seu funcionamento.
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