Lançado pelas Comissões dos Utentes dos Serviços Públicos de Saúde (CUSPS) do distrito de Viseu, o abaixo-assinado avisa que a situação não se pode manter, porque está a afetar 48 mil residentes dos concelhos de São Pedro do Sul, Vouzela, Oliveira de Frades e Castro Daire (25% dos quais não tem médico de família).
"O problema tem-se vindo a agravar. Antes o serviço de urgência fechava só às terças-feiras, agora está a fechar mais vezes e as pessoas acabam por ir parar ao hospital de Viseu", contou à agência Lusa Alexandra Pessoa, das CUSPS.
Segundo Alexandra Pessoa, a intenção do abaixo-assinado - que será enviado aos presidentes da República e da Assembleia da República, ao primeiro-ministro, aos grupos parlamentares e à diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões -- é "tomar uma posição e alertar as pessoas para o que está a acontecer, para que se que possa fazer alguma coisa".
O abaixo-assinado lembra que, de acordo com a Constituição da República, o Estado deve "garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação" e também "uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde".
Alexandra Pessoa contou que "há pessoas que economicamente não têm possibilidade" de se deslocarem a Viseu e acabam por não ter acesso aos cuidados de saúde.
"Às vezes nem há ambulâncias suficientes para levar os doentes ao hospital e têm que vir de outros concelhos e toda esta situação está a agravar", lamentou, explicando que as viaturas ficam retidas no hospital de Viseu.
Com a chegada do inverno e as urgências hospitalares entupidas, a situação que já é grave "ainda vai piorar", alertou.
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