"Não creio. Há um grande consenso nacional sobre a nossa ajuda à Ucrânia e, de uma forma geral, concordamos que é algo que tem de ser feito", declarou Helena Carreiras, quando questionada sobre eventuais impactos de um Governo de gestão nos compromissos portugueses relativamente ao apoio à Ucrânia.
"Aliás, nesta reunião de ministros da Defesa, acabei por reafirmar esse nosso compromisso de apoio à Ucrânia, dando conta daquilo que estamos a fazer e que vai sendo informado e disponibilizado na nossa página, também manifestando a nossa permanência nas coligações em que estamos de apoio à Ucrânia, o trabalho na missão Europeia [...] e, portanto, a mensagem foi a de uma continuidade do apoio à Ucrânia", elencou a governante, falando em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas.
Nestas declarações após uma reunião com ministros europeus da tutela, Helena Carreiras apontou que isso mesmo "foi solicitado pelo ministro da Defesa ucraniano", Rustem Umerov, que participou nesta reunião por videoconferência.
"E, portanto, é um trabalho que vai continuar numa perspetiva de mais longo prazo", adiantou.
Questionada sobre a sua permanência no executivo, Helena Carreiras respondeu: "Com certeza, estou a cumprir a missão que me foi confiada e é isso que farei até ao fim. Sou ministra da Defesa e estarei até à altura da mudança de Governo".
Ainda assim, "exercerei a minha função com os limites que essa situação de gestão impõe, mas sim em plenitude, naturalmente", salientou, embora ressalvando que "há muito trabalho de continuidade".
Falando sobre o objetivo europeu de fornecer um milhão de munições de grande calibre para a Ucrânia até março de 2024, numa altura de alegados atrasos ao nível comunitário, a ministra da Defesa admitiu que a UE "poderia ter feito mais e [que] é preciso continuar a trabalhar", nomeadamente "relativamente aos contratos e às encomendas".
Ainda assim, "não há nenhum trabalho perdido e neste momento estamos em cerca de 30% do objetivo final", apontou a governante.
Segundo Helena Carreiras, para alcançar esta meta estipulada para a primavera de 2024, "está a reforçar-se a base industrial europeia na sua capacitação para a produção de munições e de outros equipamentos".
"Ninguém pode garantir assim à partida que cumpriremos, mas o caminho está a ser feito e esse objetivo continua", disse.
A invasão militar russa, iniciada há mais de um ano e meio, esgotou rapidamente a quantidade de munições que a Ucrânia tinha disponíveis para defender o seu território.
Em maio, a UE anunciou através do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, que os 27 tinham enviado mais de 25% do total de um milhão de munições.
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