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Gaza. "Desgosto" com morte de 3 portugueses e plano para retirar mais 10

Grupo de luso-palestinianos deverá sair esta quinta-feira pela passagem de Rafah.

Gaza. "Desgosto" com morte de 3 portugueses e plano para retirar mais 10

Foi na quarta-feira à noite anunciada a morte de três cidadãos luso-palestinianos - uma mulher e duas crianças - na sequência de um bombardeamento no sul de Gaza. Faziam parte de um grupo de cidadãos que aguardavam retirada de Gaza por indicação de Portugal.

O Executivo lamentou "profundamente", indicando que transmitiu em nome de Portugal ao seu colega israelita "desgosto em relação a estas mortes".

Paralelamente, o ministro informou que "as autoridades egípcias, em articulação com as autoridades israelitas, autorizaram a saída de Gaza para 10 cidadãos sinalizados por Portugal para a retirada daquele território – dois dos quais luso-palestinianos"

Esta saída, note-se,  deverá decorrer, sob coordenação das autoridades locais, através da passagem de Rafah, esta quinta-feira, garante o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

Esta passagem estará aberta para a retirada de cidadãos estrangeiros de Gaza para o Egito.

Segundo o comunicado do MNE enviado às redações, as Embaixadas de Portugal no Cairo e em Telavive, bem como a representação diplomática de Portugal em Ramallah e o Gabinete de Emergência Consular em Lisboa, "estão em contacto com este grupo de cidadãos, bem como com as respetivas autoridades locais para concretizar a saída em segurança". 

O repatriamento dos cidadãos deste grupo que venham a sair, esta quinta-feira, dia 16, e em dias seguintes, a partir do Egito ficará a cargo do Estado Português, estando assegurados alojamento e transporte para território nacional.

Marcelo e Cravinho lamentam (e MNE pede ainda a Israel que pare bombardeamentos)

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, lamentou, esta quarta-feira, a morte de três cidadãos portugueses em Gaza, e pediu a Israel para parar estes bombardeamentos.

"O Governo português lamenta profundamente a morte de cinco pessoas esta tarde em Gaza, três cidadãos nacionais e dois familiares, fruto de um bombardeamento", declarou João Gomes Cravinho aos jornalistas, num hotel em Bissau.

O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu ter transmitido em nome de Portugal ao seu colega israelita "desgosto em relação a estas mortes".

"Aquilo que aconteceu esta tarde com a morte de três cidadãos nacionais e dois familiares diretos desses cidadãos é mais uma prova de que este não é o caminho certo. Nós precisamos de parar agora estes bombardeamentos", defendeu.

Por sua vez, Marcelo lamentou "a morte de cinco civis num bombardeamento  no sul de Gaza, entre os quais três de nacionalidade portuguesa, e expressa a sua mais sentida solidariedade às famílias, bem como a todas as vítimas deste conflito"

Marcelo afirmou ainda, numa nota publicada no site da Presidência da República, esperar que, "nos próximos dias, seja possível a saída de Gaza para o Egito de um grupo de cidadãos luso-palestinianos".

A ofensiva de Israel em Gaza já dura há 40 dias, depois de o grupo islamita Hamas, classificado como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos da América, ter lançado em 7 de outubro um ataque sem precedentes em território israelita, no qual matou e raptou militares e civis, incluindo crianças.

Segundo o governo israelita, o Hamas fez mais de 1.400 mortos em Israel e levou cerca de 220 reféns, dos quais quatro foram entretanto libertados.

As forças armadas de Israel responderam com bombardeamentos e o corte do abastamento de água, comida, eletricidade e combustível à Faixa de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de pessoas.

As autoridades da Faixa de Gaza reportam mais de 11.000 pessoas mortas pelos bombardeamentos israelitas, entre as quais mais de 4.000 crianças.

Leia Também: AO MINUTO: Portugueses saem hoje de Gaza; Israel rejeita "pausas"

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