O coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.T.O.P), André Pestana, afirmou, esta quinta-feira, que o objetivo das greves convocadas até ao dia da votação final global do Orçamento do Estado, no dia 29 de novembro, é alertar sobre o descontentamento face ao documento.
"Queremos um Orçamento do Estado claramente diferente, que invista a sério na escola pública e na valorização de todos os que lá trabalham", frisou, em declarações ao jornalistas junto aos protestos dos professores à entrada da Escola Secundária de Caneças, em Odivelas, Lisboa, que se encontra fechada devido à greve convocada pelo sindicato.
De acordo com André Pestana, o objetivo "no fundo" é reivindicar que continuam na luta pela "valorização todos os que trabalham nas escolas. "Só assim é que os vossos filhos e netos poderão ter uma escola de excelência", acrescentou.
"Não queremos uma escola publica em que os vossos filhos e netos depois tenham um trabalho precário e salários de miséria o resto da vida. Queremos que a juventude tenha um emprego digno em Portugal e, por isso, têm de ter direito a uma escola pública de excelência", acrescentou.
De recordar que o primeiro-ministro apresentou a sua demissão em 07 de novembro, por causa de uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios do lítio e do hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça em que é visado.
Perante essa decisão, que aceitou, o Presidente da República anunciou que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu adiar a demissão formal do Governo, que é feita por decreto, para permitir a aprovação final do Orçamento do Estado para 2023, marcada para 29 de novembro, e a sua entrada em vigor.
A proposta do Governo, entregue em 10 de outubro na Assembleia da República, prevê aumentar as verbas destinadas ao ensino básico e secundário no próximo ano em cerca de 393,9 milhões de euros.
Para os professores, o Governo quer adaptar o programa de Apoio à Renda para poder subsidiar os professores colocados em escolas a mais de 70 quilómetros de casa, uma medida que André Pestana considera insuficiente para resolver os problemas do setor.
De fora do OE2024 ficou a recuperação do tempo de serviço, que tem sido a principal reivindicação dos sindicatos desde o final do ano passado.
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