A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) revelou, esta terça-feira, os dados relativos aos primeiros 11 meses da Operação Nascer em Segurança.
De acordo com um comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, até ao final de novembro deste ano houve 60.613 nascimentos no SNS até ao final de novembro, o que representa um crescimento de 2,3% em relação ao mesmo período relativo ao ano passado. Segundo os dados disponibilizados, no mesmo período relativo a 2022 nasceram 33.903 bebés.
Os responsáveis da Direção Executiva do SNS analisam ainda a Região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), "excluindo o Centro Hospitalar do Oeste, que encerrou parte significativa do ano, para a realização de obras no seu bloco de partos, e muitas das crianças nasceram (de acordo com o plano da DE-SNS) em Leiria (ou seja, na Região Centro)". De janeiro a novembro de 2023, nasceram 22.629 crianças na LVT, um número superior ao mesmo período no ano passado, quando nasceram 22.018 - ou seja, houve um crescimento de cerca de 3%.
Os especialistas detalham ainda que este crescimento de crianças no SNS aconteceu também durante o período "mais crítico", correspondente ao período entre junho a novembro. "Continuaram a nascer no SNS mais crianças em 2023, na Região de LVT (12.723, versus 12.519 em 2022)", escrevem.
SNS e a participação do CODU/ INEM
Na mesma nota, os responsáveis indicam também "que sempre que a capacidade instalada do SNS na Região de LVT esteve preenchida, o CODU/INEM pôde orientar grávidas em trabalho de parto, com mais de 36 semanas de gestação, sem fatores de risco, diretamente para hospitais do setor privado". Esta orientação foi feita de forma a garantir as "soluções de proximidade, com qualidade e segurança, baseadas na cooperação intersectorial".
Neste âmbito, a Direção Executiva do SNS adianta que de julho a novembro, "o INEM orientou 111 grávidas para os hospitais convencionados, ou seja, menos de 1 grávida/dia. Como todos os dias são efetuados cerca de 69 partos nesta região, tal significa que 99% dos casos tiveram resposta no SNS, o que realça a sua prontidão e suficiência", defendem.
Os especialistas não negam a existência de problemas, mas sublinham que "a rede do SNS funcionou" e as "soluções foram estabelecidas com segurança e qualidade: não houve nenhuma grávida sem resposta", assim como "todos os partos mais complexos foram realizados no SNS e, excluindo algum caso pontual por deficiência na utilização do sistema, a resposta teve sempre um carácter de proximidade".
"Uma vez alinhados e comprometidos com uma estratégia de atuação concertada, graças ao enorme esforço de todos os profissionais e a uma constante articulação com o INEM, os serviços de Ginecologia/Obstetrícia e de Neonatologia/Pediatria foram capazes de assegurar o cumprimento dos planos, facto que vale a pena reconhecer", lê-se ainda nota, que aponta que a Direção Executiva manteve uma monitorização "intensiva" em rede, assim como realizou várias reuniões com o INEM, na procura de melhores soluções.
Os responsáveis reconhecem ainda que para além de "constrangimentos inicialmente identificados", se associou no 2.º semestre "o impacto da indisponibilidade de muitos dos médicos para assegurar serviços de urgência para além das 150h/anuais, pelo que teve de ser delineado um planeamento rigoroso e uma organização das respostas, envolvendo os profissionais, de forma a ser garantida a necessária previsibilidade, ainda que a visão tivesse de ser alterada de trimestral para semanal, para existirem dados atualizados e cumprimento efetivo das soluções.
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