A diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, afirmou que os dados existentes em relação às infeções víricas e ao número de óbitos "continuam a preocupar" e que "é previsível" que esta semana não se registe uma descida do excesso de mortalidade.
"Os atuais dados que temos em relação às infeções víricas, incluindo a gripe A, e o número de óbitos ainda nos continuam a preocupar", referiu a responsável em entrevista ao jornal Público e à Renascença.
A diretora-geral, que assumiu o cargo em novembro, afirmou que "é previsível que esta semana ainda não tenhamos a descida de que estamos à espera e iremos manter um excesso de mortalidade nos 65 mais e também nos 45-64 anos".
Sublinhe-se que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) revelou, no início da semana, que os hospitais notificaram 38.771 casos de infeção respiratória e 6.262 casos de gripe na época 2023/2024 e registou uma mortalidade por todas as causas acima do esperado nas pessoas com mais de 45 anos na última semana de dezembro.
Para a diretora-geral da Saúde é "importante olharmos para estes dados no atual contexto das infeções respiratórias víricas em Portugal, do facto de ainda estarmos numa altura de grande actividade epidémica".
"Ainda temos um grande número de infecções respiratórias víricas e, por isso, ainda estamos numa altura que nos traz preocupação do ponto de vista de saúde", acrescentou.
Segundo Rita Sá Machado, a Direção-Geral da Saúde (DGS) está a fazer "uma análise destes óbitos", acima dos 45 anos. No entanto, lembrou que é "importante" perceber que Portugal atravessa um "período de frio e extenso".
"Tivemos também esta grande atividade gripal. Não é pouco relevante olharmos para o subtipo do vírus da gripe que está em circulação, que é o subtipo H1. Podemos ter maior número de infeções naquilo que são as faixas etárias mais jovens e também alguma doença grave nos mais jovens. Isto é uma análise ainda preliminar, sendo que a análise está a ser feita e será também feita mais no final da época gripal", adiantou.
A médica Rita Sá Machado foi nomeada, em outubro, pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para substituir Graça Freitas no cargo de diretora-geral da Saúde e é a 21.ª pessoa a ocupar o cargo desde que a instituição foi criada em outubro de 1899.
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