Câmara de Mira quer continuar a reflorestar pinhal que ardeu em 2017
A Câmara Municipal de Mira ambiciona continuar a reflorestar o concelho, após estar concluído o projeto que prevê a plantação de 1.625.000 árvores numa área de 1.500 hectares, destruída nos incêndios de outubro de 2017.
© Sacoor
País Mira
"Acreditamos no sucesso deste projeto e estamos a trabalhar para levar a reflorestação além. Vamos tentar abranger mais área, uma vez que esta, agora plantada, é apenas cerca de um quarto da área ardida", afirmou o vereador com o pelouro das florestas, Bruno Alcaide.
Questionado hoje pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Mira, Artur Fresco, admitiu a intenção da autarquia continuar a reflorestar aquele pinhal afetado pelos incêndios.
De acordo com o autarca, os incêndios devastaram vários hectares de floresta por todo o concelho, por isso, o objetivo é "torná-lo novamente mais verde".
O município de Mira, no distrito de Coimbra, já plantou cerca de um milhão de árvores para reflorestar cerca de 1.500 hectares de floresta, dos 6.800 hectares destruídos pelos incêndios de outubro de 2017.
Este projeto surgiu no âmbito do protocolo de cooperação entre a Câmara e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em função do qual foi permitido à autarquia proceder à reflorestação daquela área ardida.
Trata-se de uma candidatura no valor de cerca de 2,3 milhões de euros, com apoio de fundos comunitários pelo Programa de Desenvolvimento Regional (PDR), no montante de cerca de 1,8 milhões de euros.
A operação caracteriza-se pela recuperação do perímetro florestal, a preparação do terreno para acomodar a plantação, com operações de corte e redução da estilha, e deposição no solo da vegetação arbustiva constituída por matos e acácia de espigas dentro da área de intervenção.
"Sabemos que esta intervenção que está agora a ser concluída não será suficiente", reconhece Artur Fresco.
Nesta fase já foram plantados 820,96 hectares de pinheiro-bravo na maior parte da área e de pinheiro-manso, nas áreas identificadas da rede primária.
Já as áreas envolventes das linhas de água foram alvo de trabalhos de limpeza e desmatação moto-manual, mantendo as espécies ripícolas autóctones, numa área total de 1.340,95 hectares, até à data.
O projeto inclui ainda a replantação de uma percentagem de árvores que não sobreviverem, tento sido já feita a retancha de 138.517 plantas.
A intervenção, que começou em outubro de 2022, deverá terminar, de acordo com as previsões, em outubro de 2024.
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