"Vai ser um acelerador relativamente àquilo que é um projeto que nós temos vindo a desenvolver nos últimos 10 ou 11 anos em que, de resto, todas as forças políticas nos têm acompanhado", disse hoje Rui Moreira na abertura da apresentação do PUC, que decorreu hoje na Câmara do Porto.

Na sessão para apresentação do plano desenhado pelo arquiteto e urbanista catalão Joan Busquets estiveram presentes o secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas, Frederico Francisco, o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP) Carlos Fernandes, os vereadores do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, e de Coimbra, Ana Bastos, e o arquiteto Eduardo Souto Moura.

"Este é, de facto, um acelerador que vai permitir andar mais depressa e vencer as barreiras. Nós estimávamos, na altura, que seriam precisos 20 a 30 anos para refazer todo aquele território. Esta é uma oportunidade de introduzir um acelerador", vincou o autarca independente.

Também o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, disse aos jornalistas que o PUC "vai acelerar um conjunto de transformações e iniciativas que a câmara municipal já estava a desenvolver (...), resolvendo, em particular, um conjunto de deficiências de circulação interna desta zona da cidade".

"Por outro lado, vai permitir que a estação de Campanhã se transforme, ou se potencie, como grande centro intermodal da Área Metropolitana do Porto e até do Norte de Portugal, contemplando todos os modos de transporte exceto o aéreo. E mesmo assim vai ter uma ligação direta ao aeroporto" através da linha de alta velocidade, explicou.

As maiores transformações previstas são a criação de um anel rodoviário em redor da estação de Campanhã, incluindo um novo túnel entre a Avenida 25 de Abril e a atual rotunda que dá acesso ao Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), um novo arruamento exterior à Rua de Justino Teixeira com ligação à Rua Padre António Vieira e, na parte oriental, uma nova 'via Corniche' entre a zona do TIC e a Rua do Freixo, com acesso à nova praça nascente da estação, destinada à alta velocidade.

Para tal, terão de ser relocalizadas as indústrias presentes no local, como a Moagem Ceres e gráficas, e o troço da Rua Pinheiro de Campanhã junto à linha férrea será absorvido pela ampliação da estação.

"As gráficas, tanto quanto tenho conhecimento, já estão a ser desmanteladas. Subsiste, de facto, a Moagem Ceres. Nós temos vindo a conversar com essa indústria", sendo "inevitável que, a prazo (...), saia desse território", disse Pedro Baganha, que classificou Campanhã como "um território pós-industrial".

Quanto ao troço da Rua Pinheiro de Campanhã junto à linha de comboio, "o serviço que hoje é prestado por essa rua terá de ser feito, precisamente, pelo ramal da Alfândega", agora como "uma rua normal que substituirá a Pinheiro de Campanhã".

O vereador estimou que todo o plano urbanístico, além da estação, "não demore menos que 10 anos a ser concretizado", lembrando o caso do Plano de Pormenor das Antas.

Já Joan Busquets explicou que em redor da futura praça nascente da estação de Campanhã se poderão desenvolver atividades e serviços, mas com "qualidade ambiental e, portanto, que não tenham a fricção dos automóveis privados".

Quanto à Rua do Freixo, é um elemento "que, hoje em dia, está muito maltratado pelo tráfego", pelo que "a ideia de pensar que o acesso à estação vem do Norte [através do novo túnel] e não da Rua do Freixo, como acontece, praticamente, na atualidade, é muito importante".

"A forma urbana não é só dos edifícios e dos espaços. É também das funções e dos fluxos. Cada vez mais os fluxos são o mais importante quando alguém pensa o que vai fazer no seu dia. Como me vou mover? Quem vou ver? Os fluxos são tão importantes como as funções e o espaço", rematou.

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