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Sócrates vai ser julgado por corrupção. Acusação do MP quase toda reposta

Recurso do Ministério Público (MP) contra a decisão instrutória do juiz Ivo Rosa foi validado pelo Tribunal da Relação de Lisboa, que, assim, repõe grande parte da acusação contra José Sócrates.

Sócrates vai ser julgado por corrupção. Acusação do MP quase toda reposta
Notícias ao Minuto

17:24 - 25/01/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País José Sócrates

O recurso do Ministério Público (MP) contra a decisão instrutória do juiz Ivo Rosa foi esta quinta-feira decidido contra o antigo primeiro-ministro José Sócrates, que vai a julgamento por corrupção no âmbito da Operação Marquês.

O antigo governante, de 66 anos, será julgado por 22 crimes, entre eles três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude, após a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, recuperando quase na íntegra a acusação do MP. 

Pouco depois de anunciada a decisão, ao final da tarde, Sócrates falou aos jornalistas e anunciou a sua decisão de recorrer. "Vou recorrer. Vou pedir a outros olhos para analisarem juridicamente esta decisão, porque não me conformo com ela e tenho esse direito de pedir um recurso e vou utilizá-lo", reiterou Sócrates, em declarações aos jornalistas, afirmando não estar "de acordo" com a decisão, "que altera uma decisão judicial".

José Sócrates, sublinhe-se, foi acusado no processo Operação Marquês pelo MP, em 2017, de 31 crimes, designadamente corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas na decisão instrutória, em 9 de abril de 2021, o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar o antigo governante de 25 dos 31 crimes, pronunciando-o para julgamento apenas por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos.

Agora, esta reversão do Tribunal da Relação de Lisboa à decisão do juiz Ivo Rosa recupera mais 22: três de corrupção, seis de fraude e 13 de branqueamento de capitais.

Ou seja,  no total, José Sócrates fica pronunciado por 28 crimes, apenas menos três do que estava na acusação inicial.

Também envolvido no mesmo processo, o ex-banqueiro Ricardo Salgado vai ser julgado por três crimes de corrupção e oito crimes de branqueamento.

Carlos Santos Silva, empresário e amigo de José Sócrates, vai ser julgado por 23 crimes, dois de corrupção, 14 de branqueamento de capitais e sete de fraude fiscal.

O que está em causa?

Em causa neste recurso está o arquivamento na decisão instrutória de 172 dos 189 crimes que constavam da acusação original do MP, restando apenas 17 crimes, e com a acusação mais grave, de corrupção, a cair com a decisão do juiz Ivo Rosa.

O universo de arguidos - 19 pessoas individuais e nove empresas - ficou reduzido a José Sócrates, ao empresário Carlos Santos Silva, ao ex-ministro Armando Vara, ao antigo banqueiro Ricardo Salgado e ao antigo motorista de Sócrates, João Perna, sendo que estes três últimos já foram entretanto julgados e condenados.

Entre os arguidos ilibados na decisão instrutória de Ivo Rosa encontram-se, por exemplo, os ex-administradores da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, o antigo presidente da ESCOM Helder Bataglia ou o ex-administrador não executivo dos CTT Rui Horta e Costa.

José Sócrates foi acusado no processo Operação Marquês pelo MP, em 2017, de 31 crimes, designadamente corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas na decisão instrutória, em 09 de abril de 2021, o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar José Sócrates de 25 dos 31 crimes, pronunciando-o para julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos.

O acórdão do TRL revoga a decisão instrutória de 09 de abril de 2021 assinada pelo juiz Ivo Rosa, que desmontou a acusação e remeteu para julgamento apenas o ex-primeiro-ministro José Sócrates, o empresário Carlos Santos Silva, o ex-ministro Armando Vara, o antigo banqueiro Ricardo Salgado e o antigo motorista de Sócrates, João Perna.

Além destes cinco arguidos, o coletivo de juízas decidiu hoje enviar também para julgamento os administradores da Portugal Telecom (PT) Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o ex-administrador do grupo Lena Joaquim Barroca, o empresário Helder Bataglia e o ex-administrador do empreendimento imobiliário de luxo Vale do Lobo Rui Horta e Costa.

Serão ainda julgados José Paulo Pinto de Sousa, primo de José Sócrates, o ex-diretor de Vale do Lobo Gaspar Ferreira, os funcionários das Infraestruturas de Portugal Luís Silva Marques e José Luís Ribeiro dos Santos, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira, a mulher de Carlos Santos Silva, Inês do Rosário, a ex-mulher do antigo primeiro-ministro, Sofia Fava, e o administrador de empresas Rui Mão de Ferro.

[Notícia atualizada às 19h35]

Leia Também: Operação Marquês. Relação decide recurso do MP contra decisão de Ivo Rosa

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