A Câmara Municipal de Lisboa não vai autorizar a realização de uma manifestação de extrema-direita, com o mote 'Manifestação Contra a Islamização da Europa', marcada para 3 de fevereiro, na zona do Martim Moniz. A notícia foi avançada pelo jornal Expresso e confirmada por fonte oficial da Câmara de Lisboa ao Notícias ao Minuto.
"A CML não irá autorizar a manifestação marcada para o próximo dia 3 de fevereiro e que tinha previsto percorrer diversas ruas da Mouraria", indicou a fonte.
De acordo com a Câmara de Lisboa, "o parecer da PSP [Polícia de Segurança Pública] é claro ao salientar um elevado risco de perturbação grave e efetiva da ordem e da tranquilidade pública".
A decisão surge depois de, na quarta-feira, a autarquia ter aprovado por unanimidade um voto de repúdio sobre a ação de rua convocada por um grupo neonazi junto ao Martim Moniz. O executivo liderado pelo social-democrata Carlos Moedas condenou "toda e qualquer manifestação de caráter violento, racista ou xenófobo na cidade".
A autarquia disse, entretanto, que ia articular-se com o Ministério da Administração Interna e com a Polícia de Segurança Pública para garantir a legalidade do protesto e a proteção de todas as pessoas que vivem e trabalham na cidade.
Já ontem, quinta-feira, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, declarou que é "frontalmente contra" a manifestação.
Há dias foi igualmente divulgada uma carta aberta promovida por várias associações de imigrantes e antirracistas, com cerca de 6.500 subscritores, a pedir a proibição daquela manifestação anunciada por grupos de extrema-direita 'online'.
A carta dirigia-se ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, bem como aos responsáveis pelo Parlamento, Tribunal Constitucional, ministro da Administração Interna e Procuradora-geral da República, entre outras figuras do Estado.
[Notícia atualizada às 20h38]
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