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Risco de propagação de sarampo em Portugal "é muito baixo", diz DGS

A Direção-Geral da Saúde (DGS) considerou hoje que o risco da propagação de sarampo em Portugal é "muito baixo", após a região europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS) ter registado um aumento alarmante de casos nos últimos meses.

Risco de propagação de sarampo em Portugal "é muito baixo", diz DGS
Notícias ao Minuto

08:34 - 27/01/24 por Lusa

País Sarampo

Nas últimas semanas, o país contabilizou três casos de sarampo, dois dos quais importados.

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do programa nacional de vacinação da DGS, Teresa Fernandes, explicou que em Portugal o "risco é muito baixo", porque a "generalidade da população" está imunizada e o país continua "com excelentes coberturas vacinais".

"Estamos atentos e a prova disso é que estamos a detetar casos. O facto de haver estes alertas a nível internacional faz com que os nossos clínicos estejam mais alerta e a DGS e todas as entidades têm estado a alertar por vários meios sobre a doença. E, portanto, temos tido vários casos suspeitos, mas neste momento só se verificaram três", salientou.

A responsável admitiu que é possível que surjam mais casos, mas sem causar alarme, lembrando que desde 2020 -- quando foram detetados nove casos -- não havia registos devido às medidas de contenção da pandemia da covid-19.

"É possível que surjam mais [casos] naturalmente, porque o risco é muito elevado [na região europeia da OMS], mas geralmente são casos importados", disse, indicando que "Portugal é um dos países que tem o sarampo e rubéola eliminados", porque tem "um dispositivo de saúde pública que verifica qualquer caso que apareça".

De acordo com Teresa Fernandes, o país tem "um nível de vigilância bastante grande e de resposta de saúde pública".

"Apesar do nível de alerta estar muito elevado, nós vamos detetando os casos, vamos investigando, vamos reagindo e para já não temos motivos para um grande alarme, mas pretendemos sensibilizar, quer os profissionais para deteção de casos (...), quer as famílias e as pessoas para se vacinarem", afirmou.

Entre janeiro e outubro do ano passado, foram registados mais de 30 mil casos em 40 dos 53 países da região europeia da OMS, um aumento anual de 30%. Em 2022, foram registados 941 casos.

Nesse período, segundo a OMS-Europa, registaram-se 20.918 hospitalizações por sarampo e cinco mortes em dois países.

À Lusa, Teresa Fernandes recordou, citando a OMS, que Portugal tem o sarampo erradicado desde 2012 e que a vacina VASPR (sarampo, papeira e rubéola) é recomendada às crianças com 12 meses, apesar de ser possível a vacinação em idade adulta.

"O mais importante é a primeira dose aos 12 meses", porque nessa altura as crianças já perderam a imunidade transmitida pela mãe, e, portanto, "recomenda-se que não adiem essa vacinação, (...) porque são crianças que estão em escolas e em infantários e pode haver um surto, se houver mais do que uma criança não vacinada", alertou.

A coordenadora do programa nacional de vacinação disse ainda que 98% das crianças entre os 12 meses e os dois anos estão vacinadas com a primeira dose e 95% das que têm 5/6 anos também já receberam a segunda dose.

"Esta adesão tem-se mantido mais ou menos constante", frisou.

O esquema vacinal recomenda que se administre a vacina VASPR às crianças com 12 meses (1.ª dose) e com 5 anos (2.ªdose).

Os adultos nascidos em 1970 ou depois, que nunca tiveram a doença nem foram vacinados contra o sarampo, também são elegíveis para receber uma dose de vacina VASPR.

Segundo a DGS, o sarampo é provocado por um vírus e é uma das doenças infecciosas mais contagiosas, transmitindo-se de entre pessoas por via aérea, através de gotículas ou aerossóis de pessoas infetadas.

Habitualmente a doença é benigna, mas, em alguns casos, pode ser grave ou levar à morte.

A vacinação é a principal medida de prevenção e a vacina faz parte do Programa Nacional de Vacinação.

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