A intersindical considera, em comunicado, que a manifestação marcada para a zona do Martim Moniz, denominada "Contra a islamização da Europa" atenta contra os direitos e as liberdades de todos os imigrantes que vivem e trabalham em Portugal.
"Não podemos aceitar que grupos organizados de extrema-direita afrontem e violem os princípios fundamentais do Estado de direito democrático consagrados na nossa Constituição", afirma a CGTP.
No comunicado, a CGTP manifesta também "preocupação pelo perigo que esta ação, que corporizaria um claro incitamento ao ódio e à violência, poderia representar, tanto mais que a sua realização ocorrerá num local onde cerca de 80% da população que ali vive e trabalha é imigrante".
A CGTP acrescenta que encara "com grande preocupação que a normalização de ideias e comportamentos de cariz racista e xenófobo possam pôr em causa a liberdade conquistada há 50 anos."
"Apelamos para que, através da sensibilização dos trabalhadores e da população em geral, se desconstruam estereótipos e preconceitos acerca dos imigrantes, e se construa a unidade de todos os trabalhadores, independentemente da sua origem, em defesa dos seus interesses e direitos, rejeitando todas as expressões de racismo e xenofobia", pode ler-se no comunicado.
A PSP adiantou hoje estar "a planear uma operação policial que possa ser adaptada aos diferentes cenários possíveis" para a manifestação de sábado em Lisboa promovida pela extrema-direita, cuja proibição da autarquia os promotores impugnaram, aguardando decisão judicial.
Em comunicado hoje divulgado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) lembra que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) não autorizou a manifestação organizada pelo 'Grupo 1143', um movimento de extrema-direita que tem como porta-voz o militante neonazi Mário Machado, tendo a autarquia tomado a decisão na sequência da análise de risco da PSP, que entendeu não estarem reunidas condições de segurança para a realização do evento na zona da Mouraria.
"Com base no nosso parecer, a CML decidiu não autorizar a realização da manifestação nos termos propostos pelo promotor que, não concordando com esta decisão, interpôs uma providência cautelar junto do Tribunal Administrativo. A CML e a PSP encontram-se a aguardar pela competente decisão judicial, estando neste momento a planear uma operação policial que possa ser adaptada aos diferentes cenários possíveis", refere a PSP em comunicado.
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