Tenente chamado a explicar baixas. Militares unem-se em protesto de apoio

Ainda que o jogo se tenha realizado, o tenente foi chamado à sede da UEPS, em Coimbra, para explicar o que motivou a apresentação das baixas médicas.

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Notícias ao Minuto
05/02/2024 11:02 ‧ 05/02/2024 por Notícias ao Minuto

País

GNR

Duas dezenas de militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) juntaram-se em solidariedade com o tenente Afonso Viana, junto à Unidade de Ação Fiscal da GNR, em Coimbra, depois de o responsável ter sido chamado por um superior hierárquico para explicar os motivos por detrás das baixas médicas apresentadas antes do jogo entre o Vitória de Guimarães e Vizela, no domingo.

A informação foi avançada pela CNN Portugal, que deu conta de que o comandante em suplência da Companhia do Minho da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR considerou que não estavam reunidas as condições de segurança necessárias para a partida se realizar.

O responsável acionou outros militares que, alegadamente, também não estariam bem de saúde, pelo que terá optado por mobilizar elementos da companhia de intervenção, proteção e socorro, destinados, normalmente, ao combate a incêndios.

Ainda que o jogo se tenha realizado, o tenente foi chamado à sede da UEPS, em Coimbra, para explicar o que aconteceu.

Através das redes sociais, o Movimento Zero, que “apoia as forças de segurança” e encontra raízes junto do partido de extrema-direita Chega, mostrou a sua solidariedade para com o tenente, “cuja integridade e coragem levaram-no a enfrentar as consequências de defender os princípios de segurança e a ética profissional”.

“O tenente Viana, ao assumir que as condições de segurança para o policiamento de um jogo de futebol não estavam reunidas, foi exonerado de funções pelo comandante da Unidade, numa clara manifestação de um sistema que, ao que parece, valoriza mais a obediência cega do que a segurança efetiva e o bem-estar da comunidade. Esta situação não é apenas um reflexo da injustiça enfrentada por um, mas sim um símbolo da luta de todos nós”, escreveu o grupo, nas redes sociais.

O coletivo pediu, nessa linha, que os militares considerem “a possibilidade de solicitar a sua transferência para fora da respetiva Unidade”, em sinal de protesto, ainda que tenha ressalvado que “esta não é uma decisão a ser tomada de ânimo leve, mas sim um gesto simbólico de união e apoio ao nosso colega, demonstrando que ninguém deve ser deixado para trás quando age com honra e verdade”.

“Atravessamos um momento único. Está visto que apenas chamamos à atenção quando fazemos ‘tremer’ as estruturas. Aquelas que parecem esquecer que o nosso trabalho é pautado pela honra, pela segurança da população e pelo respeito mútuo”, complementou, tendo dado conta da concentração que terá tido lugar em Coimbra.

“Ao tenente Viana afirmamos: não estás sozinho nesta jornada! Tanto a tua coragem como a de todos os outros colegas que iniciaram uma nova fase vai estender-se e inspirar os demais! A razão é nossa. A vitória também será!”, rematou o grupo.

O caso surgiu depois de, no sábado, um "elevado número de baixas médicas" na esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Famalicão ter levado à falta de agentes para o policiamento do jogo de futebol entre Famalicão e Sporting, que acabou por não se realizar.

Os elementos PSP e da GNR estão há quase quatro semanas em protestos, exigindo um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, já determinou a abertura de um inquérito urgente, por parte da Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), sobre as "súbitas baixas médicas apresentadas por polícias".

Leia Também: Vitória SC 'assalta' quarto lugar e agudiza crise do 'lanterna vermelha'

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