O Infarmed aprovou, na quarta-feira, 20 de março, a utilização do medicamento Verzenios (abemaciclib) nos hospitais públicos para todos os doentes - mulheres e homens - com cancro da mama precoce com receptor hormonal positivo e receptor HER2 negativo, com gânglios linfáticos positivos e com elevado risco de recorrência.
"Em combinação com terapêutica endócrina, para o tratamento adjuvante de doentes adultos com cancro da mama precoce com recetor hormonal (HR)-positivo, recetor do fator de crescimento epidérmico humano tipo 2 (HER2)-negativo, com gânglios positivos e com elevado risco de recorrência. Em mulheres pré ou peri-menopáusicas, a terapêutica endócrina com um inibidor da aromatase deve ser combinada com um agonista da hormona de libertação da hormona luteinizante (LHRH)", anunciou a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.
De acordo com o Infarmed, "o elevado risco de recorrência é definido através de características clínicas e patológicas: doentes com quatro ou mais gânglios linfáticos axilares positivos ou um a três gânglios linfáticos axilares positivos e pelo menos um tumor com pelo menos cinco centímetros ou com grau histológico três".
"A notícia que tanto esperava finalmente chegou"
Há cerca de um ano, o Notícias ao Minuto falou com Ana Rita Campos, uma enfermeira com cancro da mama que precisava de ajuda para pagar o Verzenios no privado, uma vez que este medicamento não era, até agora, comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) para este tipo de casos.
Na altura, Ana, que é mãe de dois filhos pequenos, revelou que o tratamento custava 3.500 euros por mês e que o teria de fazer durante dois anos. O que dá uma conta final de 84 mil euros, um valor financeiramente insustentável para a família, que vive em Odivelas.
O anúncio do Infarmed deixou-a por isso feliz e "mais descansada", como revelou na sua página de Facebook.
"A notícia que tanto esperava finalmente chegou. Hoje é um dia muito especial, a partir de hoje todas as mulheres e homens com cancro da mama precoce com receptor hormonal positivo e receptor HER2 negativo, com gânglios linfáticos positivos e com elevado risco de recorrência vão ter acesso ao tratamento adjuvante (combinado com terapêutica hormonal) com o Abemaciclib! Finalmente o Infarmed autorizou o uso desta medicação para a prevenção de recidivas! Agora posso ficar mais descansada que mais uma luta foi vencida...hoje é um dia feliz!", escreveu nas redes sociais.
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