O líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, remeteu, esta quinta-feira, "todas as decisões sobre a escolha de pessoas e todo o enquadramento político associado ao Governo para o momento em que o apresenta ao Presidente da República", a 28 de abril.
Questionado pelos jornalistas sobre a composição do novo governo, incluindo sobre a possibilidade de a Iniciativa Liberal integrar o Executivo, o presidente do PSD adiantou que "ainda não" começou "a fazer esses contactos".
Montenegro revelou também ter "acertado um pequeno encontro hoje" com António Costa, já que se encontram os dois em Bruxelas, na Bélgica. "Se as agendas forem compatíveis teremos oportunidade de conversar um pouco", acrescentou, em declarações ao jornalistas após reunir com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Minutos depois, imagens da RTP3 mostravam ambos a dirigir-se ao café de um hotel em Bruxelas. Os dois ocuparam uma mesa, sorridentes. "Bebemos um café?", questionou o primeiro-ministro cessante.
Antes disso, o recém indigitado primeiro-ministro destacava aos jornalistas que, durante a reunião com a presidente da Comissão Europeia, reiterou "o compromisso de Portugal na União Europeia" e foi abordado o tema do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português.
"Recuperar os atrasos que há na execução do PRR foi uma das matérias que esteve na conversa que tivemos hoje e que será um ponto fundamental da nossa ação depois de subirmos a Governo no dia 2 de abril", salientou.
Segundo Montenegro, "às vezes dá-se uma panorâmica demasiado positiva sobre alguns dossiês e esse é um deles". "A verdade é que há atrasos que nunca foram recuperados", frisou.
Questionado sobre se Von der Leyen se mostrou preocupada com o crescimento da extrema-direita em Portugal, o líder da AD respondeu que "não há nenhuma razão nem interna nem externa da capacidade de nós termos um Governo estável, que cumpra todos os compromissos com os eleitores portugueses".
De recordar que a Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas de 10 de março com 28,84% dos votos e 80 deputados, segundo os resultados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.
O PS foi o segundo partido mais votado com 28% e 78 deputados, concluído o processo de contagem de votos dos círculos da Europa e Fora da Europa, na quarta-feira.
O total da AD resulta da soma do resultado da coligação PSD/CDS/PPM - 28,02% e 77 deputados - ao obtido pela coligação PSD/CDS na Madeira, com 0,82% e três deputados.
[Notícia atualizada às 11h10]
Leia Também: Caso não negoceie com Chega, Montenegro levará "PSD ao descalabro total"