"Quando tomei posse, como sabem, não me davam sequer dois anos de vida"

Na ótica de António Costa, o "importante" é que Portugal possa celebrar os 50 anos do 25 de Abril, independentemente do seu cargo.

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© SAMEER AL-DOUMY/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
24/03/2024 10:51 ‧ 24/03/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

António Costa

O primeiro-ministro cessante, António Costa, visitou, este sábado, as obras do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, na Fortaleza de Peniche, tendo salientando que o “importante” é que Portugal possa celebrar os 50 anos do 25 de Abril, quer esteja no cargo ou não.

“O que é mesmo importante é que possamos celebrar os 50 anos do 25 e Abril, e isso é que é um feito extraordinário que devemos àquelas gerações que lutaram para que a liberdade e a democracia fossem possíveis. Combateram a ditadura, o fascismo, o colonialismo”, enumerou, quando questionado pela imprensa se lamentava não estar nas comemorações enquanto chefe do Governo.

O ainda primeiro-ministro lançou também uma farpa, tendo apontado que não lhe davam “sequer dois anos de vida” quando tomou posse.

“Quando tomei posse, como sabem, não me davam sequer dois anos de vida, portanto muito menos imaginei que estaria aqui nos 50 anos do 25 de Abril”, disse, sorridente.

Recorde-se que o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade encerrou em fevereiro de 2022 para obras destinadas à sua instalação definitiva, conforme anunciou a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), na altura.

A empreitada de 2,8 milhões de euros deveria ter sido concluída no primeiro trimestre de 2023.

As obras "contemplam intervenções de reabilitação e remodelação, que são necessárias para adequar as estruturas existentes na Fortaleza" ao projeto coordenado pelo arquiteto João Barros Matos, explicou a DGPC em janeiro de 2022, advertindo nessa altura que o museu poderia vir a "encerrar temporariamente ao público", durante o período em que decorrer a empreitada.

O Museu da Resistência e da Liberdade, na Fortaleza de Peniche, no distrito de Leiria, foi criado em 2017 e veio a abrir portas a 25 de abril de 2019, com a exposição ‘Por Teu Livre Pensamento’, que antecipou os conteúdos do museu em construção.

A DGPC lançou o concurso, em novembro de 2020, para a escolha do diretor e, em setembro do mesmo ano, para obras orçamentadas em 2,8 milhões de euros destinadas à concretização do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, com um prazo de execução de um ano. Acrescida de IVA, a empreitada ascende a três milhões de euros e é comparticipada com fundos comunitários em 449 mil euros.

O Museu Nacional da Resistência e da Liberdade vai ter um custo final de 4,3 milhões de euros, mais cerca de 800 mil euros do que o inicialmente previsto.

Em abril de 2017, o Governo aprovou um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche para instalar o museu na antiga prisão da ditadura do Estado Novo, destinada a presos políticos.

Em setembro de 2016, a Fortaleza de Peniche foi integrada pelo Governo na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do programa Revive, mas passados dois meses foi retirada, pela polémica suscitada, levando a Assembleia da República a defender a sua requalificação, em alternativa.

A fortaleza, classificada como Monumento Nacional desde 1938, foi uma das prisões do Estado Novo, de onde se conseguiu evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime ditatorial.

Leia Também: Mais de 1.400 crianças criam cravo humano em Fafe (pelo 25 de Abril)

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