AM Porto rejeita proposta para reutilização de ponte D. Maria Pia

A Assembleia Municipal do Porto rejeitou, por maioria, uma recomendação da CDU para que a autarquia avançasse, em conjunto com a Câmara de Gaia, com um plano para a valorização e reutilização da ponte D. Maria Pia.

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Lusa
30/04/2024 07:03 ‧ 30/04/2024 por Lusa

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Porto

A recomendação, apresentada na sessão que decorreu na segunda-feira à noite, foi rejeitada com os votos contra de 17 deputados do movimento independente "Rui Moreira: Aqui Há Porto", PSD e Chega, a abstenção de três deputados do movimento independente e os votos a favor do PS, CDU, BE e PAN.

Em representação do grupo municipal, a deputada Alexandra Guerra e Paz lembrou que aquela infraestrutura, sem exploração há mais de 30 anos, "continua sem utilização".

Na recomendação, a que a Lusa teve acesso, a CDU insta a Câmara do Porto a adotar as medidas adequadas para, juntamente com Vila Nova de Gaia, propor "um programa" para a ponte que "permita a sua valorização enquanto monumento nacional e a sua reutilização no quadro das ligações entre os dois territórios".

A CDU propõe também que os dois municípios apresentem o modelo de financiamento e a operacionalização ao Governo, que deveria assumir "as suas responsabilidades no estado de abandono em que a ponte se encontra".

"Que o ano de 2026, data em que se perfazem 150 anos desde o início das obras de construção da ponte D. Maria Pia, seja tido como referência para o início da reutilização", lê-se no documento.

Em reação à recomendação, o deputado Raul Almeida, do movimento independente, rejeitou qualquer responsabilidade do município sobre esta matéria, atribuindo-a ao Estado e à Infraestruturas de Portugal (IP).

No início de março, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, alertou para a necessidade de o novo Governo acertar o futuro da antiga ponte ferroviária Maria Pia, cuja intervenção foi estimada em 15 milhões de euros.

Também a Câmara do Porto considerou que o futuro da ponte deveria ser discutido com o novo Governo, mostrando-se disponível para colaborar numa solução.

À Lusa, a IP garantiu que a infraestrutura tem sido alvo de inspeções, bem como de intervenções de manutenção "de forma a assegurar a integridade dos principais elementos que [a] constituem", adiantando que tem analisado, em conjunto com as Câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia, a utilização futura da ponte como via pedonal e ciclável.

"Está em vigor um contrato de subconcessão celebrado com o Município do Porto para adaptação e utilização da plataforma do Ramal da Alfândega, entre os quilómetros 0,491 e 3,359, para fins dos modos suaves de mobilidade, turísticos e/ou lazer, estando prevista, na sequência desse projeto, a análise conjunta pela IP e pelos Municípios de Gaia e do Porto da utilização futura da Ponte Maria Pia como via pedonal e ciclável", referiu.

Inaugurada em 1877 pela rainha que lhe deu o nome, a ponte Maria Pia é considerada a primeira grande obra de Gustavo Eiffel, tendo obtido um prémio internacional de engenharia.

Com 1.600 toneladas de ferro, foi laboratório de soluções técnicas inovadoras para a época, como a conceção de um tabuleiro de 54 metros sobre um arco único de 160 metros de corda.

Leia Também: Assembleia Municipal do Porto aprova por maioria contas de 2023

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