No ano em que comemora 120 anos de atividade, a empresa com sede no distrito de Aveiro e na Área Metropolitana do Porto dá assim início a um "processo de reestruturação" justificado pelas quebras que tiveram "impacto direto no volume de negócios do grupo Cifial".
Segundo fonte da unidade localizada em Rio Meão, o despedimento foi comunicado esta segunda-feira à equipa de gestão da firma pelo seu diretor-geral, Luís Rodrigues, que declarou: "Esta reestruturação é consequência direta da queda de vendas sentida no ano de 2023 e a que se soma um primeiro trimestre de 2024 muito abaixo das expectativas, com consequências negativas para os resultados da empresa, invertendo a tendência de crescimento anterior".
Em 2023, a Cifial registou um volume de negócios de 13 milhões de euros, o que se situou abaixo dos 16,6 milhões do ano anterior.
O mercado externo absorveu 80% da produção de 2023 e, de todo o material exportado, 20% foi encaminhado para o Reino Unido e 70% para os Estados Unidos da América, mas em ambos os destinos a marca sofreu quebras na procura.
Luís Rodrigues nota, contudo, que o despedimento dos 35 funcionários não é a única medida prevista para combater o problema. "Juntamente com um conjunto de iniciativas com vista à redução de custos e ao aumento da produtividade, estas decisões serão determinantes para assegurar uma inversão da situação atual e assim assegurar uma maior competitividade futura", explica.
Com os atuais 168 trabalhadores distribuídos pela indústria metalomecânica, em Rio Meão, e pela sucursal estrangeira da empresa, no Reino Unido, a Cifial defende que "as ações agora implementadas visam robustecer o grupo, dotando-o da capacidade necessária para retomar a liderança do mercado nacional e solidificar a sua posição de marca nacional de referência em soluções de banho, alargando até a base do seu portfolio".
Em 2019, quando empregava mais de 300 pessoas, a Cifial passou a integrar o grupo multinacional que, encabeçado pela Kinlong Hardware Products, é apontado como líder no mercado de equipamentos de construção. Representando uma área industrial total na ordem dos 600.000 metros quadrados, esse grupo emprega atualmente cerca de 13.000 pessoas e opera em mais de 100 países.
O atual despedimento coletivo na Cifial junta-se a outros verificados em anos recentes: em 2021 a empresa portuguesa dispensou 13 trabalhadores, o que o sindicato do setor atribuiu na altura a um "período de transição" na sequência da pandemia de covid-19, e em 2022 a firma rescindiu com 41 funcionários, devido ao que classificou então como "o insustentável" aumento de 400% nos custos do gás"
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