"A ULS [unidade local de saúde] Santa Maria confirma a notificação judicial em relação a este caso para realização de consulta não-presencial, tendo de imediato criado condições para que a decisão do tribunal fosse executada", indicou.
A posição da ULS Santa Maria, segundo a mesma fonte, assentava em "seguir os pareceres clínicos das equipas que acompanham o caso" e em "garantir a equidade em relação a todos os outros casos com a mesma patologia acompanhados pelas suas equipas e que têm consultas presenciais periódicas".
De acordo com o advogado da família das gémeas, Wilson Bicalho, a teleconsulta "já se passou e decorreu perfeitamente bem".
Na notificação do tribunal, à qual a Lusa teve acesso, a teleconsulta, que decorreu hoje, visou "uma análise multidisciplinar de observação", tendo como finalidade a avaliação da função respiratória, um exame neurológico e a avaliação da evolução da função motora, após aplicação da medicação.
O tribunal referiu que a realização da viagem de avião entre Brasil e Portugal poderia ser prejudicial à saúde das crianças, criticando a "má atuação dos médicos da ULS - Santa Maria, que divulgaram dados e informações sobre as gémeas".
Segundo o tribunal, a difusão de dados fomentou um "jornalismo sensacionalista que divulgou por meses nos 'media' a cara das menores e aspetos relacionados com o seu tratamento médico, em desrespeito pelos direitos fundamentais das crianças".
O caso das duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro passado, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.
[Notícia atualizada às 18h53]
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