Palestina como Estado? "Não é este o momento adequado. Quando for, será"
Espanha e Irlanda juntaram-se à Noruega para reconhecer o Estado da Palestina.
© Getty Images
País Israel/Palestina
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu, esta quarta-feira, ao reconhecimento do Estado da Palestina por parte da Noruega, Irlanda e Espanha, que se tornará oficial a 28 de maio.
Questionado pelos jornalistas, Marcelo sublinhou que "a posição portuguesa é muito clara". "Portugal defende desde há muito tempo, na linha das Nações Unidas, a existência de dois povos, dois Estados. Ao povo israelita um Estado, ao povo palestiniano outro Estado. E até os termos em que isso decorreu na deliberação das Nações Unidas, num determinado momento histórico", afirmou, em Roma, Itália, onde se encontra para a inauguração da exposição fotográfica 'A madrugada que eu esperava' por ocasião do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974.
Em segundo lugar, Marcelo destacou que Portugal "deu em determinado momento um passo quando entendeu que a Palestina devia ter estatuto de associado no quadro do regime jurídico das Nações Unidas", mas que o país não ficou por ali. "Deu agora outro passo quando entendeu que devia passar a membro de pleno direito nas Nações Unidas", apontou, recordando que esta votação foi "esmagadora".
E, por fim, rematou: "Perguntam-me: E o passo do reconhecimento como Estado? A posição de Portugal - que não é do Governo, ou Parlamento ou do Presidente, mas de Portugal como um todo - é a de entender que não é este o momento adequado para dar esse passo. Quando for adequado, será adequado".
Portugal mantém a vontade de reconhecer a Palestina como Estado, mas está a tentar obter o maior consenso possível entre os membros da União Europeia (UE), disse hoje fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros.
"É só uma questão de momento", avançou a mesma fonte, lembrando que Portugal tem uma posição de mediador na UE para esta questão, estando, por isso, "em consultas com vários Estados para alcançar o maior consenso e trazer o maior número de países para a solução" de dois Estados: Israel e Palestina.
Os anúncios destes três países, aplaudidos pela Arábia Saudita, Jordânia e Egito, elevam para 146 o número de Estados-membros das Nações Unidas que reconhecem o Estado da Palestina.
Malta e a Eslovénia também afirmaram que poderiam dar este passo em breve, enquanto Israel criticou todas estas decisões e afirmou que terão um impacto negativo na região.
Por outro lado, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, da extrema-direita, reiterou que Israel não permitirá a declaração da Palestina como Estado.
[Notícia atualizada às 21h06]
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