"O Ministério [da Saúde] apresentou a sua proposta de matérias. A alteração à carreira e, designadamente, a alteração à grelha salarial, e uma questão relativa aos horários de trabalho e de dedicação plena", salientou aos jornalistas José Carlos Martins, à saída do Ministério da Saúde, em Lisboa.
O responsável explicou que o SEP apresentou uma contraproposta que revisite e melhore a grelha salarial, mas também, entre outras matérias, as questões de penosidade, avaliação de desempenho, e concursos.
"Portanto, significa isto que iremos agora, no plano formal, remeter um texto concreto para o protocolo e a primeira reunião com prioridade para o início da negociação da alteração da grelha salarial e das questões de carreira será em 20 de junho", sublinhou.
Para o sindicalista, "ficou claro" que é para negociar a carreira da enfermagem.
"Em 20 de junho, o ministério vai remeter a primeira proposta de alteração da carreira relativamente à grelha salarial", sublinhou.
Na primeira reunião, em abril, José Carlos Martins havia dito que o Ministério da Saúde e o Governo "não se comprometeram a negociar", entre outras coisas, a contagem dos pontos e a alteração à carreira de enfermagem.
O dirigente sindical lembrou, no entanto, que o Ministério da Saúde tinha "vontade de continuar a negociar para fixar em protocolo negocial as matérias que existem", mas "não é compatível com a urgência que os enfermeiros têm".
Por sua vez, a presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), Lúcia Leite, disse que vai analisar a proposta de protocolo apresentada pela tutela.
"Nós propusemos a negociação do acordo coletivo de trabalho de base que a reunião pretende sobre o assunto, ganhar algum tempo e perceber se vão avançar já com o acordo coletivo ou mais tarde", observou.
Lúcia Leite indicou aos jornalistas que o sindicato deixou claro que alterar a tabela remuneratória sem resolver as posições médias "é perpetuar a injustiça relativamente aos enfermeiros".
"Posso dizer que é positivo o sentimento com que saímos [da reunião com a tutela]. A equipa ficou de ponderar fazer uma negociação de acordo coletivo. Ficámos já com as reuniões todas marcadas até agosto", afirmou, sem especificar dias.
A ministra da Saúde começou as reuniões às 10:00 com os representantes dos médicos, seguindo-se vários sindicatos dos enfermeiros.
[Notícia atualizada às 18h58]
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