Buscas? Isaltino reage: "Acha que tenho barriga para consumir isso tudo?"

Em refeições "para 10 mil pessoas", o autarca argumentou que "foi servido arroz de lavagante em seis ou sete almoços", tendo complementado que "quando se convida uma entidade qualquer para um almoço, não se pode excluir".

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Notícias ao Minuto
20/06/2024 12:40 ‧ 20/06/2024 por Notícias ao Minuto

País

Oeiras

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, reiterou, esta quinta-feira, que os "almoços de trabalho" que motivaram as buscas da Polícia Judiciária (PJ) na autarquia fazem "parte da atividade administrativa normal", tendo considerado que o montante avultado pode ser explicado pelas "contas a seis anos".

"Foram várias as câmaras a quem o órgão de comunicação [a revista Sábado] solicitou informações. A única que respondeu foi a Câmara de Oeiras, por isso é a única que está a ser objeto de buscas", começou por dizer o autarca, em declarações à imprensa.

Isaltino Morais reforçou que "são almoços de trabalho, não tem mais nada a ver", ao mesmo tempo que respondeu a uma jornalista que não se tratavam de "valores avultados". "Isso é na sua opinião", atirou.

Questionado quanto a faturas registadas no mesmo dia, o autarca acusou os jornalistas de "maldade", uma vez que "o que há é uma fatura de um lanche no dia da inauguração de uma exposição da World Press Photo, no Parque dos Poetas, e, no mesmo dia, houve um jantar com um presidente de um município estrangeiro".

Isaltino Morais apontou ainda estar a colaborar com as autoridades, tal como anteriormente confirmado pelo Notícias ao Minuto.

"Que remédio, quem é que não colabora. As pessoas são obrigadas a colaborar, porque quem não colabora vai preso. Toda a informação está a ser prestada", disse.

Em refeições "para 10 mil pessoas", o responsável argumentou que "foi servido arroz de lavagante em seis ou sete almoços", tendo complementado que "quando se convida uma entidade qualquer para um almoço, não se pode excluir".

"Está tudo à vista. Acha que eu tenho barriga para consumir isso tudo? Estou de consciência tranquila", disse.

Isaltino Morais arriscou que, na sua ótica, deveria ser investigado "se há faturas falsas", ainda que tenha frisado que "nunca [lhe] chegou conhecimento de nada disso".

Recorde-se que os almoços dispendiosos do presidente da Câmara de Oeiras vieram 'à tona' numa notícia da revista Sábado, que deu conta de que o autarca gastou 139 mil euros em 1.441 "almoços de trabalho", desde 2017.

A polémica levou ainda à criação de um roteiro gastronómico que incluía links para todos os restaurantes mencionados durante a sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Oeiras, em que Isaltino Morais procurou justificar os gastos.

Apesar das iguarias que elencou, entre elas arroz de lagosta, lavagante ou vinhos de preços elevados, o autarca assegurou que almoçar é "um sacrifício enorme", tendo confessado que muitas vezes opta por uma "salada" e um "copo de água", face ao esforço que faz para "emagrecer".

"Para mim é um sacrifício enorme. Só já vou a almoços e jantares por dever de ofício e continuarei a ir", disse, na altura.

[Notícia atualizada às 13h08]

Leia Também: Buscas na Câmara de Oeiras. Motivo? "Almoços de trabalho" de Isaltino

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