Suspeitos de capturar 23 toneladas de corvina constituídos arguidos
Dois homens suspeitos de terem capturado mais de 23 toneladas de corvina com redes de pesca ilegais, no estuário do Tejo, foram constituídos arguidos no âmbito de uma investigação iniciada há três anos, anunciou hoje a GNR.
© Facebook/GNR - Guarda Nacional Republicana
País Corvina
Segundo revelou à agência Lusa o major Pedro Videira, da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF), os dois homens, de 44 e 54 anos, dedicavam-se a esta atividade ilegal junto aos pilares das pontes 25 de abril e Vasco da Gama, entre os meses de março e junho, época de reprodução da corvina, o que lhes terá gerado um "lucro superior a 250 mil euros".
Em nota de imprensa, a GNR indica que na operação, que decorreu na quarta-feira, os militares da Secção de Proteção da Natureza e Ambiente da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF) apreenderam diverso material relacionado com o crime de danos contra a natureza.
De acordo com a GNR, foram cumpridos seis mandados de busca, dois nas residências dos arguidos, em Sesimbra e Setúbal, dois em viaturas e dois em embarcações, de que resultou a apreensão de dois veículos, duas embarcações, bem como diversas redes e material de apoio à atividade ilícita.
"No decorrer da operação, foi possível apurar que a utilização de equipamentos tecnológicos, como sondas e GPS, permitiam a localização e captura dos cardumes de corvina, uma espécie marinha de elevado valor económico e ecológico", lê-se na nota.
A GNR adianta ainda que os dois homens dedicavam-se à "captura massiva de espécimes na altura de reprodução, quando estes se aglomeram em grandes quantidades para efeitos de reprodução, sendo que esses cardumes eram dizimados por esta prática reiterada, interrompendo a sua reprodução, no estuário do rio Tejo".
Na nota é salientado que a corvina-legítima (Argyrosomus regius), que pode viver mais de 40 anos e atingir até 100 quilos, desempenha um papel crucial no equilíbrio do ambiente aquático, mas a pesca desenfreada e ilegal "pode colocar em causa, de forma severa, a sobrevivência desta espécie no ecossistema".
A GNR sublinha também que o estuário do Tejo é considerado o mais importante dos cinco estuários a nível mundial onde ocorre a reprodução da corvina.
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