Segundo revelou à agência Lusa o major Pedro Videira, da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF), os dois homens, de 44 e 54 anos, dedicavam-se a esta atividade ilegal junto aos pilares das pontes 25 de abril e Vasco da Gama, entre os meses de março e junho, época de reprodução da corvina, o que lhes terá gerado um "lucro superior a 250 mil euros".
Em nota de imprensa, a GNR indica que na operação, que decorreu na quarta-feira, os militares da Secção de Proteção da Natureza e Ambiente da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF) apreenderam diverso material relacionado com o crime de danos contra a natureza.
De acordo com a GNR, foram cumpridos seis mandados de busca, dois nas residências dos arguidos, em Sesimbra e Setúbal, dois em viaturas e dois em embarcações, de que resultou a apreensão de dois veículos, duas embarcações, bem como diversas redes e material de apoio à atividade ilícita.
"No decorrer da operação, foi possível apurar que a utilização de equipamentos tecnológicos, como sondas e GPS, permitiam a localização e captura dos cardumes de corvina, uma espécie marinha de elevado valor económico e ecológico", lê-se na nota.
A GNR adianta ainda que os dois homens dedicavam-se à "captura massiva de espécimes na altura de reprodução, quando estes se aglomeram em grandes quantidades para efeitos de reprodução, sendo que esses cardumes eram dizimados por esta prática reiterada, interrompendo a sua reprodução, no estuário do rio Tejo".
Na nota é salientado que a corvina-legítima (Argyrosomus regius), que pode viver mais de 40 anos e atingir até 100 quilos, desempenha um papel crucial no equilíbrio do ambiente aquático, mas a pesca desenfreada e ilegal "pode colocar em causa, de forma severa, a sobrevivência desta espécie no ecossistema".
A GNR sublinha também que o estuário do Tejo é considerado o mais importante dos cinco estuários a nível mundial onde ocorre a reprodução da corvina.
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