A secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, admitiu que o Governo percebeu que as "dificuldades que o setor vivia" são "maiores do que o que era esperado".
"Desde a tomada de posse dos secretários de Estado até hoje, passaram 125 dias. O plano de emergência tem medidas divididas em urgentes, prioritárias e estruturantes, sendo que as urgentes, comprometemo-nos a resolvê-las nos primeiros três meses. Três meses estes que terminam no final de agosto. Por isso, é um bocado exigente estarem-nos já a pedir que todas as medidas estejam concluídas", avisou, em declarações à CNN Portugal, esta quinta-feira.
Nas mesmas declarações, a secretária de Estado comentou também as notícias de que apenas duas das medidas previstas no plano do Governo para a Saúde estarão, efetivamente, em vigor.
"Apesar de não estarem concluídas, as restantes medidas estão já em curso e a ter resultados", argumentou, dando como exemplo os centros de atendimento clínico, "que fazem parte das medidas urgentes". Em Lisboa, já está em funcionamento, e "o do Porto está previsto ser inaugurado a 19 de agosto", avançou.
Já sobre os tempos de espera nas urgências, Ana Povo afirmou que "é muito difícil e exigente quando temos [utentes] amarelos e laranjas para responder, dar a mesma resposta aos utentes verdes e azuis", pelo que "o objetivo dos centros de atendimento clínico é retirar os verdes e os azuis das urgências hospitalares, para diminuir a pressão e o tempo de espera".
"A saúde dos portugueses é muito sensível e não deve ser utilizada como arma de arremesso. Não estamos aqui para criticar o trabalho feito, estamos aqui para encontrar soluções para os portugueses, dispostos a ouvir sugestões de todos", alertou ainda a secretária de Estado, lamentando as críticas que têm sido feitas ao Governo.
De um total de 54 medidas, 23 estão em curso, duas concluídas e as restantes ainda não arrancaram.
As 54 medidas estão estruturadas em cinco eixos estratégicos: Resposta a Tempo e Horas (10 medidas); Bebés e Mães em Segurança (10 medidas); Cuidados Urgentes e Emergentes (13 medidas); Saúde Próxima e Familiar (12 medidas) e Saúde Mental (nove medidas).
Cada um dos eixos do plano, apresentado no final de maio, prevê medidas urgentes, para obter resultados num período de até três meses, prioritárias, planeadas para gerar resultados até ao final do ano, e estruturantes, com planeamento e aplicação a médio-longo prazo.
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