Foi criada uma nova petição pública que pede "justiça" por Bores, o lince-do-deserto que foi retirado à família com quem vivia há seis anos na Madeira - e que acabou por morrer.
A petição, que já conta com mais de 1.500 assinaturas [à hora de publicação deste artigo], frisa o percurso do animal e pede "respostas" e "justiça" após a sua morte.
O texto publicado recorda que Bores "foi retirado a família que o criou desde bebé" e que, "depois de uma luta", que terminou com sucesso para que o animal regressasse para junto da família de acolhimento, voltou "em mau estado".
"Infelizmente acabou por falecer.... Queremos respostas, queremos justiça", lê-se na petição, que questiona como é que "entidades que protegem os animais os entregam às portas da morte".
De realçar que a informação sobre a morte de Bores foi confirmada ao Notícias ao Minuto pela Associação Ajuda a Alimentar Cães na quarta-feira. Horas antes, a referida associação tinha escrito na sua página de Facebook que o animal estava "entre a vida e a morte desde o dia em que foi sedado para regressar a casa através de um dardo tranquilizante".
Nessa publicação, a associação referia ainda que "a família, juntamente com a advogada, já estavam a apurar responsabilidades".
Numa publicação consequente, a associação confirmava já a morte do animal, escrevendo: "Descansa em paz".
Mas a história do animal vinha a ser conhecida há algumas semanas e já tinha envolvido uma petição que juntou milhares de assinaturas.
Tudo começou quando, nos primeiros dias de julho, a Guarda Nacional Republicana (GNR) apreendeu o animal e identificou uma mulher, de 38 anos, por "ter um animal de espécie protegida em situação ilegal".
Já no final do mês, a associação lançou uma petição, dando conta de que o animal tinha sido "apreendido em bebé" e que então foi cometido "um erro de forma inconsciente, sem má índole e sem qualquer tentativa de exploração". Reconhecendo que a tutora deste animal devia ser punida, a Ajuda a Alimentar Cães apontou que o animal era, seis anos volvidos, "um autêntico gato", domesticado, que não sabia viver noutro meio.
"Vive dentro de uma quinta em liberdade e completamente segura, convive com outros animais e humanos desde que nasceu, tem uma alimentação adequada à sua espécie, é acompanhado por veterinários e está saudável", escreveram na petição.
A 31 de julho, e depois de ser atestado que para o bem estar do animal o mesmo devia ser devolvido aos donos, foi isso mesmo que aconteceu.
Segundo o que escreveu o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza da Madeira, o "processo contraordenacional" ainda não estava concluído e esta "não era uma decisão final".
Esta história que se poderia aproximar de um final feliz, começou logo desde o regresso a ter problemas, dado o estado do animal. "Chegou sedado a casa e, durante mais de um dia, não acordou e foi levado para uma clínica veterinária de urgência. Desde esse dia foram várias as tentativas do regresso a casa mas o estado de saúde só [tinha] vindo a piorar. Desde que foi sedado perdeu a capacidade de andar e de comer. Hoje deixou de reagir a qualquer estímulo", escreveu a associação no Facebook, considerando ainda antes da morte do mesmo que a situação era "revoltante" e apontado que o animal "jamais deveria ter saído do local onde sempre viveu".
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