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Aproveitar dinâmica deixada pela JMJ é "grande desafio" para Patriarcado

Uma semana depois de cumprir o primeiro ano à frente do Patriarcado de Lisboa, o bispo Rui Valério apontou como um dos principais desafios para a diocese o aproveitamento da dinâmica criada pela Jornada Mundial da Juventude 2023.

Aproveitar dinâmica deixada pela JMJ é "grande desafio" para Patriarcado
Notícias ao Minuto

07:36 - 12/09/24 por Lusa

País Bispo Rui Valério

"O grande desafio que Lisboa tem entre mãos é, por um lado, ser capaz de manter acesa a chama do entusiasmo, da esperança, que a Jornada Mundial da Juventude veio acender e aí estamos a falar não apenas do mundo juvenil, porque a Jornada não foi um acontecimento exclusivo dos jovens", foi algo que envolveu "toda a comunidade cristã de Lisboa e até de Portugal", disse o prelado em entrevista à agência Lusa.

 

Do ponto de vista pastoral, surge também a "opção preferencial pelos últimos, pelos esquecidos, pelos pobres, pelos frágeis", a que se junta outro desafio: "A realidade da vida de fé das pessoas. (...) Como é que a pessoa (...) - que se identifica com os valores de Cristo -, no emprego, na família, no desenvolvimento dos seus sonhos, como é que essa pessoa atua efetivamente?", apontou Rui Valério.

O patriarca de Lisboa, que considerou que o último ano foi "de aproximação, conhecimento, presença, interação" com os católicos de um Patriarcado que "tem dentro de si, nada mais nada menos que uma capital de um país, uma das principais capitais da Europa", sublinhou, por outro lado, a necessidade de uma aposta na Esperança.

"Não aceito que a esperança seja reduzida a uma parangona, a uma máxima meramente religiosa. A esperança é um atributo social. Ela tem de estar presente nos jovens, nos adultos, nos idosos, nos trabalhadores, nos desempregados. Porquê? Porque a esperança é aquilo que alimenta o presente em ordem a uma abertura e uma capacidade de construir o amanhã", afirmou Rui Valério.

Segundo o bispo da capital, podem ser apontados muitos problemas que afetam a sociedade portuguesa, como "a falta de habitação, os problemas relacionados com o dever de reconhecimento dos trabalhadores", a que se juntam os vividos "ao nível da saúde, ao nível da educação", mas "o problema social número um de Portugal é o problema da esperança".

Outro desafio que identificou para o Patriarcado é o que chama de "comunitário".

"Vivemos tempos de um profundo individualismo, em que, por vezes, há um certo alheamento das pessoas ou da pessoa individual face ao todo. (...) Creio que a Igreja é um fator profético para suscitar novamente a consciência do 'nós', que definitivamente é o parceiro pobre de toda a nossa equação", lamentou.

Para Rui Valério, a própria Igreja, os cristãos, e sobretudo os mais jovens, "não podem continuar a viver iludidos de que os problemas serão resolvidos por outros, ou de que as grandes soluções serão tomadas por outros".

O bispo, porém, manifestou esperança no legado da JMJ Lisboa 2023, que teve lugar em agosto do ano passado em Lisboa e que deixou "um imenso entusiasmo que galvanizou a consciência dos jovens para uma mais ativa participação na vida da Igreja".

"E isso é importantíssimo, diria mesmo que é o essencial".

Segundo o bispo, "o que ficou foi uma maior familiaridade dos jovens, não só com a Igreja, mas com o próprio Cristo", mas, essencial foi também "a disponibilidade dos jovens para uma vivência da sua fé e dos valores do Evangelho, que tem uma tradução concreta e prática em iniciativas missionárias".

A JMJ Lisboa 2023 deixou uma Fundação que tem como objetivo o apoio a projetos de dirigidos para a juventude e a infância.

Desde julho que é presidida pelo bispo auxiliar de Lisboa Alexandra Palma - que substituiu no cargo o cardeal Américo Aguiar -, por nomeação de Rui Valério, que manifesta o desejo de que o organismo cumpra o seu apanágio, que é apoiar projetos que surjam dirigidos aos "jovens do século XXI".

Sem revelar projetos concretos, o patriarca disse ter conhecimento de que são muitos os que chegam à Fundação.

Leia Também: Patriarca quer Lisboa a acolher Encontro Mundial das Famílias em 2030

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