O processo resulta de uma investigação da Polícia Judiciária e da Polícia de Segurança Pública, com diversas apreensões de droga realizadas entre outubro de 2020 e maio de 2023, estando atualmente sete arguidos em prisão preventiva, duas mulheres e cinco homens, entre eles um ex-guarda prisional.
Um dos principais suspeitos, com cerca de 40 anos, é acusado de usar 'stands' de automóveis para branquear verbas provenientes da venda de Alpha PHP, uma droga sintética vulgarmente conhecida por 'bloom', através da compra e da venda de carros de luxo.
Do total de 25 arguidos, 17 -- 12 homens e cinco mulheres -- compareceram hoje na primeira sessão do julgamento, que decorre no Palácio da Justiça, no Funchal.
O tribunal decidiu separar dois arguidos do processo por não ter sido possível notificá-los e vai multar os que faltaram, entre os quais duas empresas.
Quatro arguidos manifestaram-se disponíveis para prestar declarações ao tribunal na abertura do julgamento, ao passo que os restantes remeteram eventuais declarações para mais tarde.
O coletivo de juízes, presidido por Joana Dias, ouviu na parte da manhã o primeiro arguido, que é sócio-gerente de uma empresa ligada ao ramo automóvel, tendo dispensado a presença dos restantes na sala, onde se encontram também 13 advogados.
O arguido negou qualquer envolvimento na suposta rede de tráfico de droga e branqueamento de capitais, explicando que a sua ligação ao principal suspeito resulta do facto de ter colocado automóveis de luxo à consignação no seu 'stand', uma vez que não dispunha de espaço físico para os expor.
"A acusação é completamente falsa", disse, esclarecendo que todos os automóveis foram adquiridos com verbas da sua empresa.
O julgamento da alegada rede de tráfico de droga e branqueamento de dinheiro prossegue hoje a partir das 14h15.
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