O ministro da Defesa e presidente do CDS-PP, Nuno Melo, argumentou, na noite desta sexta-feira, que as suas declarações sobre o território de Olivença - em que reivindicou que a cidade sob jurisdição espanhola é, na realidade, portuguesa -, foram ditas num "contexto equívoco".
"A opinião que tenho sobre Olivença é antiga e corresponde a uma posição de princípio, historicamente conhecida, que várias vezes defendi", começou por descrever Melo no X (antigo Twitter), argumentando: "Hoje repeti-a como presidente do CDS, embora num contexto equívoco, porque presente numa cerimónia como ministro".
"Como é óbvio, essa opinião não vincula o Governo", assegurou Nuno Melo, até porque foi "uma resposta a uma pergunta e, por isso, insusceptível de ser concertada com os restantes membros do Governo".
A opinião que tenho sobre Olivença é antiga e corresponde a uma posição de princípio, historicamente conhecida, que várias vezes defendi. Hoje repeti-a como presidente do CDS, embora num contexto equívoco, porque presente numa cerimónia como ministro 1/2
— Nuno Melo (@NunoMeloCDS) September 13, 2024
Recorde-se que, durante uma visita a Estremoz, no distrito de Évora, nesta sexta-feira, o ministro foi perentório: "Olivença é portuguesa, naturalmente, e não é provocação nenhuma".
"Aliás, por tratado, Olivença deverá ser entregue ao Estado português", continuou Nuno Melo, que presidiu hoje à cerimónia comemorativa do Dia do Regimento de Cavalaria N.º 3 (RC3), naquela cidade alentejana.
Segundo o ministro, que cumpriu parte do seu serviço militar precisamente no RC3, unidade do Exército também conhecida como Dragões de Olivença, "muitos avaliam a circunstância [de Olivença] numa razão caricatural".
"E diz-se, desde o Tratado de Alcanizes, como Portugal tem as fronteiras mais antigas definidas, exceto esse bocadinho", porque, "no que toca a Olivença, o Estado português não reconhece como sendo território espanhol", sublinhou.
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