"Tenho a absoluta convicção de que o nome se vai confirmar [pelos eurodeputados, após audições públicas], isso para mim não oferece dúvidas. E tenho a convicção também que a escolha da doutora Maria Luís Albuquerque para este lugar é uma escolha totalmente acertada, atendendo às características dela", afirma Pedro Costa Pereira, em entrevista à agência Lusa em Bruxelas.
Há pouco mais de duas semanas no cargo, o novo responsável da missão diplomática portuguesa junto da UE escusa especular qual a pasta que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, irá atribuir a Maria Luís Albuquerque, mas aponta que, "olhando para o seu perfil, o que mais faria sentido para ela" seria um dossiê económico ou financeiro.
"Tenho a certeza, contudo, que a doutora Maria Luís Albuquerque será uma comissária muito qualificada em qualquer uma das áreas [que lhe seja atribuída], dadas as suas características pessoais", vinca Pedro Costa Pereira.
"Como ela tem um' background' que é mais direcionado para certas áreas, a minha expectativa é que possa, eventualmente, ficar com essas áreas, mas se não ficar, ficará com outras e as características pessoais dela farão com que seja uma excelente comissária", reforça.
No que toca à interação da Representação Permanente de Portugal junto da UE com a responsável, Pedro Costa Pereira diz ainda à Lusa esperar uma "cooperação estupenda", embora também ambicione que isso se aplique aos outros comissários europeus, para salvaguarda dos interesses portugueses.
Aos 61 anos, Pedro Costa Pereira é, desde final de agosto passado, o novo embaixador português junto da União Europeia, sucedendo no cargo a Pedro Lourtie, que deixou estas funções para se tornar chefe de gabinete do futuro presidente do Conselho Europeu, António Costa.
Para a próxima terça-feira está prevista a apresentação da equipa de Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da instituição.
A presidente da Comissão Europeia, que lidera a instituição desde 2019 e vai agora iniciar um segundo mandato até 2029, estipulou como um dos objetivos para o seu colégio de comissários a paridade, mas inicialmente a maioria dos países avançou com nomes masculinos para candidatos, o que de acordo com fontes europeias levou a pressões junto de países mais pequenos -- como a Eslovénia e a Roménia --, que voltaram atrás nas propostas e avançaram antes com nomes femininos.
Portugal propôs a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.
De momento, 11 dos 28 nomes propostos para comissários europeus no próximo ciclo institucional são mulheres (sendo que a Bulgária apresentou dois nomes, de um homem e de uma mulher, algo que tinha sido pedido por Von der Leyen).
Em outubro, devem realizar-se as audições públicas no Parlamento Europeu aos nomes propostos para novos comissários europeus, cabendo à assembleia europeia dar o aval final em plenário para, mais tarde, a nova Comissão Europeia tomar posse, o que deve acontecer ou em novembro ou em dezembro.
No que toca à sua equipa executiva, a presidente da Comissão Europeia é responsável pela escolha e pela atribuição das diferentes pastas tendo em conta a dimensão geográfica do país, as competências dos candidatos e as suas preferências, após nomeações feitas pelos países.
Ursula von der Leyen, política alemã de centro-direita, foi reeleita, em julho passado, presidente da Comissão Europeia por mais cinco anos, após ter sido a primeira mulher no cargo.
Leia Também: Costa? "Tem as melhores características para saber fazer pontes" no CE