Comissão Justiça e Paz sublinha necessidade dos imigrantes para a economia

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) sublinhou hoje que "vai-se evidenciando cada vez mais a imprescindibilidade de trabalhadores imigrantes em vários setores da atividade económica em Portugal".

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© Jorge Mantilla/NurPhoto via Getty Images

Lusa
17/09/2024 14:20 ‧ 17/09/2024 por Lusa

País

Imigrantes

Numa nota sobre as migrações, intitulada "Um bem para todos", a CNJP, órgão dependente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), "num tempo em que se vão ouvindo com cada vez mais força, em Portugal e noutros países, vozes hostis aos imigrantes", realça "o bem que migrações legais, ordenadas e seguras podem trazer às sociedades de origem e destino dos imigrantes".

 

Para o organismo liderado pelo juiz Pedro Vaz Patto, "a crise demográfica na Europa torna necessário o recurso a esses trabalhadores (sendo certo que esse recurso não é a única forma de enfrentar essa crise)".

"Também é sabido que os contributos financeiros dos imigrantes para o Estado português são maiores do que as prestações de que beneficiam (apesar de eles conhecerem até maior risco de pobreza e privação material severa do que os nacionais)", acrescenta a nota hoje divulgada.

Segundo a Comissão Nacional Justiça e Paz, "ao contrário do que muitas vezes se propala, o incremento da imigração que Portugal conheceu nos últimos anos não se traduziu num incremento da criminalidade. De um modo geral, o imigrante típico caracteriza-se por uma especial capacidade de trabalho, poupança e dedicação à família, o que contrasta em absoluto com uma maior tendência para a delinquência".

Tal não invalida, porém, "a importância de, como vem salientado o Papa, acolher, proteger, promover e integrar os imigrantes. Essas são também as formas mais eficazes de prevenir a criminalidade".

A CNJP defende, por outro lado, que a sociedade não pode, "egoisticamente, a atender ao bem que os imigrantes podem trazer ao (...) país, esquecendo o bem que as migrações podem representar para eles próprios e para os seus países de origem".

"Há que encarar as migrações na perspetiva da justiça social, à luz do princípio do destino universal dos bens", acrescenta a comissão, para cujos elementos "deverá continuar a ser sempre" para os portugueses motivo "de orgulho patriótico e de alegria que os imigrantes queiram viver em Portugal por ser um país acolhedor onde se sentem em casa. Deverá ser motivo de vergonha e de tristeza que aqui se sintam hostilizados e vítimas de discriminação e injustiça".

Leia Também: Maioria dos portugueses quer menos imigrantes e menos emigrantes

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