Autarca de Sever diz que situação só ficará resolvida com chuva

O presidente da Câmara de Sever do Vouga, Pedro Lobo, disse hoje acreditar que o incêndio que lavra neste concelho do distrito de Aveiro só fique resolvido quando chegar a chuva, contrariando as previsões da proteção civil.

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© Diogo Baptista/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
18/09/2024 17:55 ‧ 18/09/2024 por Lusa

País

Incêndios

"Não tenho perspetivas de que [o incêndio] se resolva hoje. Não tenho perspetivas sequer que se resolva amanhã [quinta-feira], se não chover. Só acredito que isto se resolva quando vier a chuva", disse à Lusa o autarca.

 

Num 'briefing' realizado ao início da tarde sobre os fogos no distrito de Aveiro, o segundo comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil disse que o incêndio em Sever do Vouga estava a evoluir de forma "muito favorável" e poderia "a breve trecho" entrar em fase de resolução.

No entanto, o presidente da Câmara diz que o fogo está longe de ficar resolvido, adiantando que, neste momento, há quatro focos de incêndio no concelho, nas freguesias de Talhadas, Sever do Vouga e na União de Freguesias de Silva Escura e Dornelas.

Esta última zona é aquela que mais preocupa o autarca, porque "o fogo está a arder no mato, mas está próximo de habitações e empresas".

"Temos meios no local, mas poderão não ser suficientes", disse Pedro Lobo, acrescentando que os meios aéreos não puderam atuar hoje nesta zona devido ao fumo que se faz sentir.

O presidente da Câmara referiu ainda que, até ao momento, o incêndio consumiu uma área florestal de cerca de sete mil hectares, causou danos em várias casas de primeira habitação e destruiu quatro empresas.

Às 17:40, segundo dados na página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, os dois fogos que lavram em Sever do Vouga desde domingo mobilizavam 802 operacionais, apoiados por 258 viaturas.

Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12:00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.

Leia Também: Imagens mostram rasto de destruição dos incêndios em vários concelhos

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