"Neste momento, a situação está mais calma. Foi muito importante termos aqui a utilização dos 'canadairs' que nos vieram dar uma ajuda importante, tínhamos uma frente com muita atividade que podia colocar em risco a vila de Vidago (Chaves)", afirmou Artur Mota.
Os oito aviões, que chegaram a Portugal ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, atuaram depois das 18:30 no incêndio de Sabroso de Aguiar, onde o fogo lavrava com intensidade numa área de pinhal e se encaminhava para a zona de Vidago, já no concelho de Chaves.
No total foram realizadas 24 descargas de água.
"Estiveram em trabalho até à ultima, fizeram aqui as últimas descargas enquanto tinham autonomia e depois regressaram às bases", apontou Artur Mota.
O responsável explicou que as descargas foram mais eficazes na parte superior, onde o terreno era mais plano e onde os aviões conseguiram fazer uma aproximação. "Onde fizeram as descargas, foram 100% eficazes", salientou.
No resto da área onde descarregaram, explicou, permitiu arrefecer o combustível e possibilitou a colocação de um grupo de operacionais, com ferramentas manuais, para consolidação do resto deste incêndio que estava a causar preocupações.
O responsável disse que cerca de 80% deste fogo está dominado e, segundo adiantou, os restantes três incêndios que lavravam no concelho entraram em fase de resolução.
A noite será passada em trabalhos de consolidação e rescaldo. Pelos quatro incêndios no concelho estão espalhados cerca de 130 homens.
"Sempre atentos, porque temos muitas aldeias ali pelo meio e não podemos estar a descurar, mas durante a noite vamos ter uma situação muito mais calma", anteviu.
Com as condições meteorológicas mais favoráveis durante a noite, com menos vento, baixas temperaturas e alguma humidade, vai ser possível, frisou, dar algum descanso aos operacionais para que, na quinta-feira, estejam preparados para possíveis reativações.
O alerta para o primeiro incêndio em Vila Pouca de Aguiar foi dado pelas 07:30 de segunda-feira e a situação foi-se agravando ao longo do dia, com as chamas a manterem-se ativas até hoje.
Sete pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabilizava, às 19:30 de quarta-feira, 34 incêndios ativos, sendo que destes 18 assumiam uma dimensão "significativa" e mobilizavam mais meios. No combate a estes 18 incêndios estavam envolvidos 2.434 operacionais, apoiados por 734 meios terrestres e 23 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
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