O projeto elaborado pelo presidente do Município de Nelas, distrito de Viseu, deverá, segundo disse, ser apresentado para aprovação no executivo municipal no mês de outubro, para começar a ser implementado em março de 2025.
Na primeira fase, o Município de Nelas começa por identificar os terrenos "do domínio público -- área, localização, propriedades do solo, características e potencial de utilização", assim como os "não públicos, com caracterização genética, que possam vir a fazer parte das áreas de investimento agrícola e floresta".
De seguida, vai "disponibilizar lotes/áreas aos potenciais investidores, com valor a definir -- com valores vantajosos na ótica do investidor, projetos sempre sujeitos a aprovação no âmbito do definido no regulamento a elaborar" e que terá definido, entre outros, o tipo de investimento, área, impacto e criação de valor.
Entre o tipo de investimento, Joaquim Amaral apontou, preferencialmente, no setor agrícola, a cultura da vinha, olival, frutos secos, fileira do leite e do queijo, do mel e frutos do bosque.
"Para uma floresta organizada produtiva, na aceção das árvores autóctones como o carvalho, sobreiro, loureiro, pinheiro manso, pinheiro-bravo, castanheiro e medronheiro", descreveu.
No seu entender, a "área diminuta dos terrenos e a sua dispersão reduz a atratividade do investimento e rentabilidade" e, por isso, defendeu "a necessidade basilar de aumentar dimensão dos terrenos, emparcelar e estimular gestão agrupada".
Assim como "reforçar a implementação do cadastro rústico e do emparcelamento, integrar o ambiente nos objetivos dos investimentos, assumindo na gestão florestal uma abordagem multicritério, que contemple os produtos florestais e os benefícios gerados pela floresta".
Para Joaquim Amaral, o setor agrícola e florestal pode, no Município de Nelas, "alavancar a economia", já que tem um "enorme potencial de crescimento, afirmação e consolidação" e um "possível alargamento da oferta empreendedora e empresarial".
O autarca disse que existe um Regulamento de Apoio ao Investimento e Criação de Emprego no Município de Nelas "direcionado ao tecido empresarial" e, por isso, "é indispensável a criação de um projeto e respetivo regulamento para o setor primário".
Dessa forma será possível "fixar população, em particular os mais jovens que são um contributo exponencial para gerar emprego" e "criar valor, um impulsionador ativo da economia circular" e "ordenar o território, para uma floresta e cultura agrícola resilientes às alterações climáticas e ao flagelo dos incêndios rurais".
Para isso é necessário "valorizar o resultado económico, o contributo do impacto de carbono ou o fomento da biodiversidade" e também "viabilizar centrais de biomassa residual das florestas, matos e sobrantes lenhosos".
E com isto "fomentar a economia local e sustentável" feito com "financiamento público através de contratos-programa" de forma a "contribuir para diminuir o risco e a perigosidade de incêndios rurais".
Joaquim Amaral reconheceu que "o caminho a trilhar não se afigura particularmente fácil, mas tem de ser trilhado, pelo potencial enorme que tem" nas várias vertentes, desde a população, emprego, economia e ordenamento do território.
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