Chega diz que Governo "capitulou ao PS" no IRC e que IRS Jovem deve cair

O presidente do Chega considerou hoje que o Governo está a "reconhecer que vai deixar cair" a redução do IRC e a "capitular ao PS e à esquerda" nessa matéria e "provavelmente" abandonará também a proposta de IRS Jovem.

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Lusa
01/10/2024 17:02 ‧ 01/10/2024 por Lusa

Política

IRC

Referindo-se à exclusão no acordo de rendimentos de uma referência explícita à redução da taxa de IRC, o líder do Chega afirmou que o executivo está a "reconhecer que vai deixar cair uma das medidas mais estruturantes" e, assim, a mostrar que não compreende as empresas nacionais e a "capitular ao PS e à esquerda".

 

"As nossas empresas, como aquela que nós vamos visitar hoje, estão cheias de impostos, estão cheias de burocracia, precisavam mesmo de uma reforma, portanto eu não sei a que boa-fé que o senhor primeiro-ministro se está a referir", disse, referindo-se às palavras de Montenegro, de que só não haverá orçamento aprovado se falhar a "boa-fé negocial dos dois maiores partidos".

Ventura sustentou que, mesmo não sendo referido por Montenegro neste pedido de "boa-fé", o Chega "está à vontade porque desde março teve essa boa-fé" e acusou o primeiro-ministro de fazer um "número político para provocar eleições e provocar uma crise política no país".

Questionado sobre se considera que o Governo acabará também por ceder ao PS no IRS Jovem, André Ventura respondeu que "provavelmente" será assim, para logo concluir que essas cedências, a acontecerem, "serão inaceitáveis".

"O que vemos é o PSD a ceder em toda a linha ao PS, que nos levou onde levou", frisou.

O líder do Chega levantou ainda a questão dos preços dos combustíveis, lamentando que, estando "o preço do petróleo nos valores mais baixos dos últimos anos", os consumidores portugueses "estão a pagar mais pelos combustíveis".

O partido vai "exigir que, independente do que venha a acontecer no orçamento, o Governo bloqueie a taxa de carbono", de modo a limitar as subidas nos preços dos combustíveis.

Sobre o Conselho de Estado, que está agendado para esta tarde, Ventura reiterou que transmitirá aos seus membros que "não houve falta nenhuma de boa-fé" por parte do Chega para negociar o orçamento.

Ventura antecipou que, "estando presentes os líderes do principais partidos que decidirão o OE", a questão orçamental deverá ter um "peso importante" no encontro desta tarde.

"A nossa posição é tranquila porque não é secreta, nem é escondida, é pública. Houve oportunidade de o fazer à direita, queríamos um orçamento diferente, o Governo nunca o quis e foi sempre arrogante e unilateral. Isto que está a acontecer agora é só número político, é número político de ensaio, de artifício, para ensaiar eleições", afirmou.

Leia Também: Novas tabelas de IRS também se aplicam às pensões. Conheça os valores

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