PSP desmantela rede de tráfico humano. Há dois polícias detidos

Ação ocorreu em Lisboa e no Algarve. Estrutura explorava mulheres para a prostituição, submetendo-as a "condições degradantes e desumanas, obrigando-as a trabalhar de forma quase permanente".

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© Carlos Carneiro / Global Imagens

Natacha Nunes Costa com Lusa
03/10/2024 12:15 ‧ 03/10/2024 por Natacha Nunes Costa com Lusa

País

Prostituição

A Polícia de Segurança Pública (PSP) desmantelou, na madrugada desta quinta-feira, uma rede de tráfico de seres humanos e lenocínio agravado, que atuava em Lisboa e no Algarve.

 

Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a PSP revelou que durante as buscas deteve três pessoas, entre as quais uma mulher que geria o negócio ilícitodois polícias, atualmente em funções na Polícia Municipal de Lisboa.

Há cerca de um ano e meio que a rede era investigada. Durante este tempo, as autoridades conseguiram identificar os suspeitos que exploravam "mulheres para a prostituição, submetendo-as a condições degradantes e desumanas, obrigando-as a trabalhar de forma quase permanente, limitando a sua liberdade e autodeterminação".

Ao todo realizaram-se sete buscas domiciliárias, sendo seis às residências dos suspeitos e uma ao local utilizado para a prática da prostituição, e cumpriram-se ainda buscas na Polícia Municipal de Lisboa, local de trabalho dos polícias.

À agência Lusa fonte policial adiantou que o espaço utilizado para a atividade localiza-se na zona do Chiado, onde os dois agentes da Polícia Municipal de Lisboa deslocavam-se, muitas vezes fardados, para exercer algum tipo de pressão e intimidação junto das vítimas, para que colaborassem.

Os três detidos, que têm entre 40 e 45 anos, serão agora presentes a primeiro interrogatório judicial para conhecerem as medidas de coação tidas como adequadas. Além deles, outras duas pessoas foram também identificadas e constituídas arguidas.

BE pede esclarecimentos à Câmara Municipal de Lisboa

Entretanto, o Bloco de Esquerda (BE) apresentou hoje um pedido de esclarecimentos ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, sobre a detenção dos dois agentes, pedindo igualmente a presença do comandante da Polícia Municipal na próxima reunião do executivo.

Na nota enviada às redações, assinada pela vereadora Beatriz Gomes Dias, o BE considera tratar-se de uma situação "muito grave".

"Soube-se esta quinta-feira que dois agentes da Polícia Municipal de Lisboa foram detidos numa operação da Divisão de Investigação Criminal da PSP por alegadamente estarem envolvidos num esquema de tráfico de seres humanos e que dezenas de mulheres eram colocadas em casas e forçadas a prostituir-se com recurso a ameaças e violência física", pode ler-se na nota.

O Bloco questiona no requerimento se Carlos Moedas tinha conhecimento da situação e, se o tinha, há quanto tempo foi informado e que ações irá realizar na sequência dos acontecimentos.

O partido questiona ainda o social-democrata sobre a sua disponibilidade em chamar o comandante da Polícia Municipal de Lisboa para prestar esclarecimentos ao executivo.

[Notícia atualizada às 14h23]

Leia Também: Acusado de homicídio PSP que matou proxenta de prostituta que contratou

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