O anúncio de que Fábio Loureiro foi capturado ‘abriu’ esta semana, mas promete marcar os próximos dias, já que desde que a sua detenção em Marrocos foi revelada, na segunda-feira, outros dados têm sido desvendados.
Mas, vamos por partes: Fábio é um dos cinco reclusos que escapou do Estabelecimento de Vale de Judeus a 7 de setembro. Com ajuda exterior, o algarvio conseguiu fugir juntamente com quatro colegas, alguns dos quais estrangeiros.
Um mês depois da fuga que colocou as autoridades nacionais – e internacionais – em alerta, o fugitivo, de 33 anos, foi detido na cidade marroquina de Tânger, no âmbito da Operação Retorno.
Segundo explicou a Polícia Judiciária em comunicado, a operação decorreu no domingo à noite, pelas 22 horas, "foi desencadeada em menos de 24 horas e contou com o forte apoio da Cuerpo Nacional de Policia (CNP) espanhol e da Direção Geral de Vigilância Territorial Nacional (DGST) marroquina, com base em informação credível da PJ", de que o homem estaria em Marrocos.
Mas como é que Fábio foi apanhado?
De acordo com o que confirmou o Notícias ao Minuto junto da PJ, foi através da namorada que as autoridades o conseguiram deter.
A mulher terá ido de carro até Madrid, onde apanhou um avião até Casablanca, segundo a SIC Notícias. Depois, seguiu de carro até Tânger, onde Fábio se encontrava - e onde ocorreu a detenção. Estando a mulher a ser vigiada, acabou também por ser detida no domingo, e libertada na segunda-feira. Um outro português que se encontrava com Fábio e que o estaria a ajudar a esconder-se também foi detido.
E agora?
Fonte ligada à defesa do português explicou que Fábio Loureiro iria ser representado esta terça-feira por um advogado marroquino, "que se irá opor à extradição" para Portugal. No entanto, Portugal e Marrocos têm acordos de extradição desde 2009.
Quem continua fugido à justiça?
Fábio, também conhecido por 'Terror do Algarve', tinha sido condenado por vários crimes, entre eles rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada, num total de 25 anos de pena de prisão. Terá agora de responder também por evasão.
Mas também os seus companheiros, ainda em fuga, têm penas igualmente pesadas, variando entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
Fernando Ribeiro Ferreira, de 61 anos, era o líder de um grupo violento, conhecido por 'Mosqueteiros', que planeava roubos a hipermercados e ourivesarias com recurso à violência e a vários tipos de armas. Natural da Lousã, Fernando foi condenado a 25 anos de prisão não só por assaltos violentos, como também pelo sequestro de um empresário, em 2009.
Para além de Fernando, o único português que está agora em fuga, há ainda outros três prisioneiros. Um deles é Shergili Farjiani, um georgiano de 40 anos que se encontrava a cumprir sete anos de cadeia por furto, violência e falsificação antes de fugir de Vale de Judeus.
Se por um lado Farjiani era considerado o 'menos perigoso', Rodolf José Lohrmann, um dos homens que chegou a ser um dos mais procurados da América Latina. Conhecido por 'El Ruso', Lohrmann foi detido em 2016, por quatro assaltos violentos, realizados entre 2014 e 2016, a dependências bancárias de Odivelas e Cascais. Da Argentina trouxe um longo currículo criminal, onde é suspeito de vários raptos e do homicídio de um menino de 10 anos.
Por sua vez, Mark Cameron Roscaleer, de 39 anos, é perito em fugas. O britânico já tinha fugido de uma prisão em Inglaterra e tentou fazê-lo em Portugal, em 2019, 'besuntado' em óleo por todo o corpo.
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