A Polícia de Segurança Pública (PSP) divulgou, esta quarta-feira, que entrou numa habitação no Bairro do Zambujal, na noite de terça-feira, mas "não a que está referida nas notícias veiculadas", segundo o comunicado enviado para as redações. A força policial nega assim as acusações de vizinhos da família de Odair Moniz, que dizem ter havido entrada forçada na casa da vítima.
A PSP "nega categoricamente o arrombamento de quaisquer portas" e afirma que se deslocou ao local para "apoio médico a uma criança e por solicitação da família, em apoio aos Bombeiros Voluntários da Amadora".
O ponto de situação sobre os distúrbios ocorridos em vários bairros, na zona metropolitana de Lisboa, dá ainda conta de 60 ocorrências nos concelhos de Lisboa, Amadora, Oeiras, Odivelas, Loures, Cascais, Sintra e Seixal.
Na sequência dos distúrbios, dois polícias ficaram feridos por arremesso de pedras, nos concelhos da Amadora e de Oeiras, e tiveram de receber tratamento hospitalar. Um destes entrou "em situação de baixa médica".
Durante este período, foram ainda danificadas duas viaturas policiais, uma baleada e outra com quebra de vidro, dois autocarros da Carris foram roubados e incendiados e ainda oito carros e um motociclo foram incendiados.
Dois passageiros que se encontravam no autocarro ficaram feridos sem gravidade após esfaqueamento, alegadamente pelos suspeitos que roubaram e incendiaram a viatura. A registar estão, ainda, a apreensão de diverso material inflamável, inúmeros caixotes de lixo incendiados, assim como outro mobiliário urbano.
O comunicado indica, ainda, que as "imagens que andam a circular nas redes sociais de uma equipa da PSP num hall de um prédio – e não dentro de qualquer habitação" é apenas referente a polícias que se encontram "a dialogar com os cidadãos ali presentes, no sentido de serenar e manter a tranquilidade pública".
A PSP sublinha que "repudia e não tolerará os atos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos, apostados em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade" e apela a que os cidadãos "mantenham a calma, a tranquilidade e a confiança" nas autoridades.
Segundo reportou a CNN Portugal, o agente em questão continua no ativo. De acordo com o que fonte da PSP avançou à estação, o agente "não foi suspenso nem transferido".
Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
[Notícia atualizada às 11h51]
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