O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, defendeu que "é fundamental" que esta questão [atrasos do INEM] "seja resolvida rapidamente", acrescentando que mantém o que já havia dito.
O chefe de Estado foi questionado acerca da ministra da saúde, Ana Paula Martins, alegadamente, ter sido avisada sobre uma possível greve às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar e se teria havido uma desvalorização por parte do ministério acerca do assunto, durante uma visita ao Bazar Diplomático, em Lisboa.
Salientou que "temos de pensar no ponto de vista dos portugueses e das portuguesas" e, por isso, "que seja rápida a resolução deste problema", realçando que "esse é o desejo de todos nós".
Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda questionado acerca de um possível afastamento da ministra da Saúde do cargo e de como geriu os problemas no INEM, afirmando que não se vai pronunciar sobre o assunto.
"Neste momento o que digo é que é um ponto fundamental e o ponto fundamental é que rapidamente se encontre uma solução porque importa aos portugueses", destacou.
O Presidente da República ressalvou, uma vez mais, que não vai comentar o assunto, dizendo apenas que se quer "focar no que é essencial" que são as pessoas que estão doentes e que estão "sobretudo numa situação de emergência" e que "esperam respostas de emergência".
Marcelo Rebelo de Sousa voltou a sublinhar que o que interessa "é encontrar respostas rápidas para os portugueses".
Confrontado com o facto de no passado ter pedido responsabilidades por casos concretos na área da saúde e interrogado sobre qual é a diferença da situação atual, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Neste momento, concentro-me no essencial. Depois, há momentos para tudo. Este não é o momento para estarmos a falar daquilo que não é essencial".
Os jornalistas voltaram a pedir-lhe que comentasse as condições da ministra, mas o chefe de Estado recusou: "Eu não acrescento nada àquilo que já disse e que digo, que é: há que encontrar soluções rápidas. Rápidas, quer dizer, se for possível, amanhã, melhor do que depois da manhã, ou daqui a oito dias, ou daqui a 15 ou 20 dias".
"A mim o que me interessa como decisor político e como alguém que exerce uma função e um magistério é olhar para o problema e dizer: este problema tem de ser resolvido. É isso que me preocupa, é nisso que estou a concentrar a minha preocupação", afirmou.
Recorde-se que os técnicos de emergência hospitalar estiverem em greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, desde dia 30 de outubro. Ontem, quinta-feira, depois do sindicato se ter reunido com a ministra da Saúde, a greve foi suspensa.
Durante esta tarde soube-se ainda que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito aos casos de mortes que foram noticiados por alegados atrasos no atendimento do INEM.
[Notícia atualizada às 17h57]
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