INEM. "Como ministra assumo total responsabilidade pelo que correu mal"

A ministra da Saúde está a ser ouvida, esta terça-feira, no Parlamento.

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Notícias ao Minuto com Lusa
12/11/2024 09:27 ‧ há 2 semanas por Notícias ao Minuto com Lusa

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A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que está a ser ouvida, esta terça-feira, no Parlamento, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, começou a sua intervenção a falar nos últimos acontecimentos no INEM, com os atrasos no atendimento de chamadas provocados pelas greves dos técnicos de emergência pré-hospitalar e da função púbica.

 

"Não tenham dúvidas de que, enquanto ministra da Saúde, assumo total responsabilidade pelo que correu menos bem e comprometo-me, em nome do Governo, a executar as medidas necessários para a refundação do INEM", disse, deixando uma palavra aqueles que perderam familiares durante os últimos dias.

"Lamento profundamente a situação que muitas famílias viveram, os concidadãos para quem houve nestes dias um desfecho fatal. Para as suas famílias vai a nossa expressão de pesar pelas perdas sentidas e a promessa solene de que tudo faremos e em tudo colaboraremos para apurar responsabilidades", garantiu, comprometendo-se a recuperar "o INEM de excelência que tínhamos".

"Um dos turnos não cumpriu serviços mínimos"

Durante a intervenção, a ministra elencou a carência de recursos e de profissionais no INEM, que faz com que os tempos de espera de atendimento de chamadas mais do que "quintuplicou em apenas três anos". Contudo, houve um dia em particular em que as coisas correram mal.

Segundo Ana Paula Martins, na segunda-feira, dia 4 de novembro, em que coincidiram duas greves no INEM, não foram cumpridos os serviços mínimos.

A ministra da Saúde garante que o Executivo vai apurar responsabilidades por esta situação.

"Dia 4 de novembro duas greves tiveram lugar. E pelo menos um dos turnos não cumpriu os serviços mínimos, por falta de recursos humanos. Foram muitas as chamadas por atender", reconheceu.

"Entre 2021 e 2024 os meios do INEM não foram renovados"

"O número de técnicos de emergência médica no CODU tem diminuído e o tempo de espera tem aumentado", atirou Ana Paula Martins, apontando o dedo ao anterior Governo.

"É preciso também assumir, que entre 2021 e 2024, os meios do INEM não foram renovados, não se aumentaram os meios terrestres, as VMER, ambulâncias de suporte imediato de vida, ambulâncias de emergência médicas", realçou.

"Governo está a refundar e reorganizar INEM"

Já sobre o futuro, Ana Paula Martins garantiu que o Ministério da Saúde está a fazer para melhorar o serviço prestado pelo INEM, desde a abertura de dois concursos para a contratação de técnicos de emergência até à renovação da frota automóvel do INEM e bombeiros.

"Desde que o Governo tomou posse, foram dados passos no sentido de refundar e reorganizar o INEM. O Ministério da Saúde tem feito um esforço para reabilitar o INEM, através da abertura de uma concurso para 200 técnicos este ano e de um segundo concurso para mais 200 técnicos no início do ano", lembrou a governante.

"A aquisição de 312 veículos de emergência médica para corpos de bombeiros e INEM e a disponibilização imediata para mais ambulâncias de socorro (são mais 45 neste momento). Mais 47 milhões de euros de despesa para serviços de helitransporte", adiantou ainda.

A intenção da tutela, segundo a ministra da Saúde, é melhorar as carreiras dos médicos e enfermeiros que trabalham no INEM, no sentido de "fixar e atrair" esses profissionais.

Antes de terminar e passar a palavra aos parlamentares, Ana Paula Martins afiançou que a reorganização dos serviços de urgência e emergência assume "a maior prioridade" para o Governo de Luís Montenegro e disse estar hoje no Parlamento "cara a cara" para "ouvir as propostas, comentários e as motivações" dos deputados para "melhorar o caminho escolhido e determinado pelo programa do Governo".

"Não fujo. Não minto e não me escondo", salientou Ana Paula Martins, em resposta aos pedidos de demissão da oposição, feitos nos últimos dias.

Recorde-se que, nos últimos dias, foram registadas pelo menos dez mortes alegadamente relacionadas com falhas na resposta do INEM e abertos vários inquéritos aos casos.

Leia Também: FNAM diz que ministra não tem condições para continuar no cargo

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