A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assegurou, esta sexta-feira, concordar “completamente” com a posição manifestada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu, na quinta-feira, ser necessário apurar os factos sobre a resposta do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no contexto da recente greve e eventuais responsabilidades administrativas e políticas, “doa a quem doer”.
“Concordo completamente com aquilo que o senhor Presidente da República nos disse a todos, enquanto portugueses, e a nós, enquanto governantes”, disse a responsável, em declarações aos jornalistas, à margem da Cerimónia de inauguração do novo Hospital de Dia de Adultos do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa).
Ana Paula Martins escusou alongar-se sobre o tema, uma vez que já deu conta da sua “responsabilidade [...] no local próprio”.
“A ministra da Saúde, que sou eu neste momento, já explicou no local próprio, no Parlamento, que tem a responsabilidade do que é o plano de desenvolvimento e recuperação do INEM. É tudo quanto o que vos posso dizer. […] Não vou falar sobre o INEM”, reforçou.
Saliente-se que, quando foi ouvida no Parlamento no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, a governante afirmou que, como ministra, assumia "total responsabilidade pelo que correu mal".
Entretanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) instaurou um inquérito na sequência da morte de dois homens em Pombal, no distrito de Leiria, depois de não terem conseguido entrar em contacto com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). No total, foram abertas oito averiguações, sendo que uma delas já foi arquivada.
Pelo menos 11 pessoas morreram devido a eventuais faltas de resposta ou atrasos por parte do INEM. Entretanto, foi suspensa a greve do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, responsável pela denúncia das primeiras mortes. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
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