"É um novo espaço que aumenta a capacidade de tratamentos (...) em cerca de 40%. Além de ser um espaço mais funcional, mais moderno, mais bonito, mais acolhedor, também tem essa potencialidade, permitindo-nos tratar no limite mais 40% de pessoas", disse à agência Lusa a presidente do IPO de Lisboa, Eva Falcão.
Segundo Eva Falcão, o novo espaço está capacitado para cerca de 200 tratamentos por dia, tendo 25 cadeirões para quimioterapia, mais 10 do que no anterior edifico, e mantém as 10 camas para quem está acamado, mas num espaço mais moderno.
Adiantou que o edifício, que resultou de investimento do IPO de Lisboa, orçado em cerca de um milhão de euros, "é uma estrutura temporária" até ser construído o novo edifício de ambulatório, um processo que "ainda demorará algum tempo".
"A quimioterapia, que é uma das armas mais fortes do tratamento do cancro, é feita em hospital de dia e era necessário, face ao estrangulamento que dispúnhamos, pela procura de que somos alvos e pelo aumento da atividade que o IPO Lisboa verificou, termos uma estrutura mais ampla, mais funcional, mais moderna", explicou a presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.
Apesar do acréscimo da procura, a presidente disse que o IPO tem conseguido controlar as listas de espera até com sinais positivos nalgumas áreas, o que significa que se está "a trabalhar muito mais".
Exemplificou que houve um crescimento de cerca de 36% em termos de cirurgias de ambulatório e cerca de 8% ao nível das primeiras consultas.
Eva Falcão realçou que o novo Hospital de Dia também tem a potencialidade de libertar espaços de internamento no IPO, onde às vezes estes tratamentos eram feitos devido às dificuldades que existiam no anterior hospital de dia.
Por outro lado, é um espaço muito importante para os profissionais, "porque têm melhores condições de trabalho, mais alegres, mais luminosas e, sobretudo, mais funcionais", realçou a presidente do IPO de Lisboa.
Nas declarações à Lusa, no final de uma reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, após a cerimónia de inauguração do novo Hospital de Dia, Eva Falcão contou que houve um "acolhimento muito importante" por parte da governante da necessidade de ter um novo edifício de ambulatório, que concentrará todos os tratamentos em ambulatório do IPO.
"Trabalharemos em conjunto, agora muito estreitamente com a tutela, para tornar aquilo que é um projeto de arquitetura, uma estrutura física", salientou.
Durante a cerimónia simbólica de descerramento da placa do novo edifício, a ministra disse que o Governo tudo fará para conseguir "tornar o sonho do IPO há muitos anos uma realidade", aludindo ao novo edifício.
"Não há ninguém que não queira que o IPO se desenvolva e que também se expanda, mas temos que encontrar formas de o fazer", sublinhou.
Sobre o novo Hospital de Dia, Ana Paula Martins afirmou que demonstra que IPO "continua vivo e a desenvolver mais capacidade assistencial, mas também continua a desenvolver importantíssimos projetos de investigação que em muito beneficiam os doentes".
"Mas acima de tudo, o mais importante é que através destas pequenas grandes obras, nós conseguirmos que os doentes tenham melhores condições e que os profissionais também possam ter melhores condições, porque a humanização é para ambos", disse a governante, que visitou o novo espaço e falou com os profissionais do IPO.
Em 2024, até final de setembro, foram realizadas cerca de 29 mil sessões de quimioterapia, estimando-se ainda no corrente ano um crescimento desta atividade.
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