Ministro defende reforço do pilar europeu da NATO "por causa de Putin"

 O ministro da Defesa advogou hoje o reforço do contributo nacional para o pilar europeu da NATO "não por causa de Trump mas por causa de Putin" e perante uma Rússia "que já funciona em economia de guerra".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
20/11/2024 14:50 ‧ 20/11/2024 por Lusa

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Ministro da Defesa

"Para conseguirmos estar do lado certo da História, do lado dos nossos aliados, na defesa desses valores, temos de assumir as responsabilidades que nos são pedidas, em favor da segurança coletiva, reforçando o contributo nacional para o pilar europeu da Aliança Atlântica", defendeu Nuno Melo, que falava no encerramento do congresso da Associação de Auditores de Cursos de Defesa Nacional 2024, que decorreu na Academia Militar, na Amadora, Lisboa, com a presença do Presidente da República.

 

Nuno Melo alertou para estimativas que apontam que "o investimento russo em Defesa para 2025 deverá ultrapassar a globalidade do investimento dos 27 países-membros da União Europeia".

"Isso deve fazer-nos refletir a todos, ponderado que a Rússia funciona já em modo de economia de guerra", avisou, numa intervenção perante o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Nunes da Fonseca, entre outras personalidades.

Neste contexto, continuou o governante, tal significa a obrigação também de Portugal de investir mais em Defesa "não por causa de Trump, mas por causa de Putin", citando o nome indicado para o cargo de comissário para a Defesa e o Espaço, o ex-primeiro ministro lituano, Andrius Kubilius.

Nuno Melo defendeu as medidas já adotadas pelo atual Governo PSD/CDS-PP para os militares das Forças Armadas, e realçou que Portugal decidiu ainda "reforçar o papel que lhe compete na NATO", antecipando para 2029 o objetivo de chegar aos 2% do Produto Interno Bruto em despesas militares.

"Não obstante, recordaria também as declarações de há três dias do Secretário-Geral da NATO, que, expressando certamente o sentimento dos aliados, adverte que 2% é já uma meta porventura ultrapassada, e para isso indica valores superiores a 3%", advertiu.

O esforço de Portugal, continuou, deverá ser feito "junto dos aliados", até para "reforço da credibilidade" do país, "tendo obviamente também necessariamente em conta todas as contingências orçamentais".

"Mas é bom que percebamos o caminho e para onde o mundo, no plano político, também nos vai conduzindo", acrescentou.

O ministro da Defesa salientou que o atual contexto geopolítico "está carregado de muitas incertezas", com a Rússia a empreender "uma guerra de conquista", exacerbada "perigosamente pelo envolvimento de forças norte-coreanas".

"A par, agravam-se os conflitos no Médio Oriente e as ameaças e as ações disruptivas já vão do Ártico ao Báltico, do Leste Europeu ao Médio Oriente, do Mediterrâneo ao Sahel, passando pelo Mar Vermelho e atravessando a África Central até ao Golfo da Guiné", sinalizou.

Sobre a guerra na Ucrânia, Melo apontou para "um novo agravamento da retórica nuclear russa" que "nenhum ser humano provido de lucidez deseja" e lamentou que "a guerra de três dias de Vladimir Putin" já some mil dias sem sinais de abrandamento.

O governante centrista defendeu o apoio que Portugal tem dado à Ucrânia e fez questão de frisar que "independentemente de todas as explicações, conceptualizações, contemporizações, referências à História, nenhum de nós pode perder a essência do que diferencia o agressor e o agredido, quem invade e quem é invadido".

"E se há dúvida que não tenho, é de que a esse propósito cada cêntimo de ajuda que entregamos à Ucrânia não é também despesa, é um investimento, e é um investimento inteligente, porque os ucranianos neste momento lutam e morrem para que não tenhamos de lutar nós. Eu devo dizer que o resultado desta guerra não nos pode ser mesmo indiferente", considerou.

Nuno Melo defendeu que compete a todos, "no poder político representantes de todos os partidos, no poder militar pelo bom conselho e continuando a ser competentes", estar "à altura do tempo e das circunstâncias".

[Notícia atualizada às 15h14]

Leia Também: Encontro com Gouveia e Melo em bar? Ministro diz ser normal, "onde seja"

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