O Presidente da República inaugurou, esta quinta-feira, o Parque Urbano Mário Soares, no Porto, onde também falou sobre o ex-Presidente da República, que completaria 100 anos este sábado.
O chefe de Estado lembrou ainda o 25 de Abril e o comício do Partido Socialista no Porto, lembrando que Soares teve o apoio internacional e que muitos foram os políticos que vieram até ao Porto para mostra isso mesmo - como François Mitterrand, que viria a ser presidente de França. "De todos os grandes políticos europeus da altura. Todos vieram aqui porque todos admiravam Mário Soares", apontou.
Marcelo continuou o seu discurso dando conta dos "três ideais que Soares tinha na sua vida": a liberdade, a democracia e a Europa.
Sublinhando que eram ideais inseparáveis, Marcelo afirmou que já na altura a Europa tinha de ser livre e democrática. "Era assim que ele [Mário Soares] via. Era assim que ele vivia. Foi por isto que se bateu. Bateu-se na ditadura, bateu-se durante a Revolução. Bateu-se em democracia", afirmou.
Mário Soares não é um herói do passado, é um herói do futuro
Ainda durante o seu discurso, Marcelo defendeu que a luta de Mário Soares pela liberdade e democracia "não acabou" e que não há Europa livre e democrática se "seduzida por projetos ou sonhos ditatoriais".
"A luta de Mário Soares não acabou. A luta pela liberdade não acabou. A luta pela democracia não acabou. A luta por uma Europa livre e democrática não acabou. É mais urgente hoje do que nunca", afirmou.
"É preciso continuar a lutar no presente e no futuro pela liberdade, pela qual lutou Mário Soares. É preciso continuar a lutar pela democracia pela qual lutou Mário Soares, é preciso continuar a lutar pela Europa livre e democrática pela qual lutou Mário Soares. Venham os ventos de oeste ou de leste, venham de onde vierem, com propostas, promessas, ingenuidades e ilusões", assinalou.
"Este jardim não é um jardim do passado, é do futuro. Mário Soares não é um herói do passado, é um herói do futuro", acrescentou.
Já na sexta-feira, a Assembleia da República assinalará este centenário, seguindo o modelo da sessão que assinalou o 25 de Novembro de 1975, e tendo honras militares e sendo encerrada pelo Presidente da República.
A principal diferença entre as duas cerimónias é sobretudo política, já que o modelo da sessão solene aprovado para o centenário do nascimento de Mário Soares não sofreu qualquer contestação por parte das diferentes bancadas parlamentares, ao contrário do que aconteceu com o que foi adotado para o 25 de Novembro.
Além dos titulares dos diferentes órgãos de soberania, foram convidados para a sessão representantes do corpo diplomático em Portugal, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, a provedora de Justiça, os chefes dos ramos das Forças Armadas, os representantes da República para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, os presidentes das assembleias legislativas e dos governos regionais açoriano e madeirense, entre outros responsáveis de entidades.
Em destaque, estarão também figuras como os conselheiros de Estado, responsáveis pelos serviços e forças de segurança, assim como os presidentes do Conselho Económico e Social, da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, da Associação Nacional de Freguesias, e o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno.
[Notícia atualizada às 17h50]
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