"É superior aos 5 % e inferior aos 15%, portanto, bastante inferior aos 15%. Neste momento, nós não estamos em condições de aceitar, só aceitaremos um bom acordo, e, por isso, vamos aguardar", disse aos jornalistas o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, durante uma pausa de cerca de 60 minutos nas negociações com a tutela.
O SIM e o Ministério da Saúde estão hoje reunidos desde as 10:30 para discutir a nova grelha salarial e as normas particulares, depois de na semana passada a força sindical ter dito que o entendimento com a tutela estava "muito perto".
Por outro lado, questionado se espera alcançar ainda hoje um acordo, Nuno Rodrigues mostrou-se confiante.
"Se o Governo pediu para fazer uma pausa para discutir os valores certamente com o ministro das Finanças estou em crer que sim. Ficou bem patente a preocupação por parte do Governo de resolver o problema e arranjar aqui um acordo satisfatório para ambas as partes", salientou".
O SIM recusou há duas semanas a proposta de aumento salarial de 5% apresentada pelo Ministério da Saúde, alegando que estava a uma "distância muito considerável" dos 15% que reivindica.
No final de 2023, o SIM chegou a um acordo intercalar com o anterior Governo para um aumento de 15% dos salários dos médicos para este ano, esperando que agora sejam cumpridos os restantes 15%.
O encontro que já vai em quase quatro horas está a ser dirigido pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e pela secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé.
Aos jornalistas, Nuno Rodrigues disse ainda que está disponível para "marcar a qualquer momento outra reunião, ainda durante esta semana ou na próxima", além da do dia 30 de dezembro.
"Estamos disponíveis para negociar até à última hora. Queremos que, realmente, seja feita uma mudança estrutural e estamos preparados para isso", afirmou.
O dirigente recordou no entanto que o SIM já aceitou a proposta do Governo relativamente aos assistentes graduados, reforçando que pediu "uma melhoria considerável da proposta de entrada para a carreira médica".
"A valorização salarial deve ser estrutural, ou seja, se nós não aumentarmos devidamente a posição de entrada da carreira médica, todos os esforços que estão a ser feitos serão em vão", salientou, dizendo que o "valor justo" é, "nem mais nem menos", o que foi acordado com o Governo anterior.
[Notícia atualizada às 15h46]
Leia Também: Médicos dos centros de saúde em greve às horas extra de janeiro a março