Quercus elege Barragem do Pisão, olivais e poluição como "o pior" de 2024

O núcleo regional de Portalegre da associação ambientalista Quercus elegeu como "o pior" de 2024 a construção da Barragem do Pisão, no Crato, os casos de poluição em Casa Branca, em Sousel, e os olivais superintensivos.

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© Orlando Almeida / Global Imagens

Lusa
30/12/2024 13:44 ‧ há 2 dias por Lusa

País

Ambiente

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, os ambientalistas voltaram a alertar que a construção do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos (EAHFM) do Crato, também conhecido por Barragem do Pisão "levará à perda de mais de 50 mil" azinheiras e sobreiros, em "481 hectares" de montado.

 

Segundo o núcleo da Quercus, com esta obra, "todos os ecossistemas" vão ser "destruídos", sem que o estudo para a construção da barragem tenha "avaliado alternativas" de localização do projeto da albufeira.

"Este processo está feito ao contrário, pois, primeiro adjudicaram a construção da barragem e, depois, é que vão tratar da aldeia. As pessoas e a aldeia são deixadas para o fim", criticou.

Em relação ao concelho de Sousel, a Quercus indicou que os habitantes da aldeia de Casa Branca alertaram as autoridades para o "cheiro nauseabundo" que se faz sentir "periodicamente" na zona.

"A Quercus verificou que a água em duas barragens no local se encontrava em muito mau estado. A situação está a ser acompanhada pelas autoridades", pode ler-se no documento.

Os olivais superintensivos, sobretudo em concelhos como Elvas, Avis, Fronteira, Campo Maior, no distrito de Portalegre, ou até na região de Évora são outro dos fatores negativos deste ano apontados pela Quercus.

"A maioria das previsões" aponta para a existência, "num futuro breve", de "cada vez mais carências ao nível dos recursos hídricos disponíveis nas zonas a sul do Tejo", pelo que é "muito questionável a aposta que está a ser feita nestas culturas de regadio, acusou.

E a situação ainda se torna "mais grave" quando a expansão destas culturas é feita "à custa" de floresta autóctone, que é a base da biodiversidade local, ou com "o sacrifício" de olival adulto e tradicional.

A Quercus defendeu que, no âmbito dos instrumentos de gestão do território, há "a necessidade de regulamentação" da localização de "megacentrais fotovoltaicas", para "evitar o corte indiscriminado de floresta e a degradação dos solos".

A febre catarral ovina ou doença da língua azul e o incumprimento da Diretiva Quadro da Água por Portugal e Espanha foram outros fatores negativos para os ambientalistas.

Em relação ao "melhor" de 2024, a Quercus destacou, entre outros, os anúncios do encerramento da Central Nuclear de Almaraz, em Espanha, e da construção de uma central de biogás em Monforte, no distrito de Portalegre.

A Quercus apresentou ainda como "perspetivas" para 2025 o arranque da declaração de autarquias sem herbicidas e a abertura da nova linha ferroviária Évora-Elvas.

A implementação da rede primária de faixas de gestão de combustível no Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM) e do plano de ação da comissão de cogestão desta área protegida vão ser outros 'passos' que vão marcar 2025, segundo a Quercus.

Leia Também: Quercus alerta para atropelamento de lince na A23 e pede medidas

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